Medida faz parte da estratégia da Adaf, para que rebanhos do interior possam ser abatidos sem muita burocracia, mas legalmente
Todos os municípios que não tiverem abatedouros legalizados e tem interesse em abater animais bovinos e de pequeno porte dentro da legislação, e segundo as normas definidas pela Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas (Adaf), podem fazer parcerias público-privadas para que sejam instaladas em seus territórios “salas de abate”, com capacidade de abate diário entre cinco a dez cabeças de gado.
Desta forma, a Adaf terá todas as condições de fazer a fiscalização, bem como a orientação de como devem ser os procedimentos sanitários e técnicos, para que estes estabelecimentos possam funcionar dentro da legalidade e sem risco para a saúde pública. O consumo de carne sem procedência e contaminada pode afetar os seres humanos com várias enfermidades, dentre elas tuberculose.
Esta medida extraordinária pode beneficiar dezenas de municípios e superar a crise econômica que vários fazendeiros estão passando, em função da proibição de abate em seus municípios, por não haver abatedouro legalizado, como se observa em Manaquiri e Careiro, por exemplo.
Segundo uma fonte da futura presidência da Adaf, a “sala de abate” vai representar um avanço para os pecuaristas e populações do interior, que não contam com o fornecimento de carne regular dos abatedouros e frigoríficos credenciados, como os existentes em Manaus, Iranduba, Manacapuru e Itacoatiara.
Referência
Envira, município da calha do rio Juruá, tem um abatedouro que se assemelha a ‘sala de abate’, que está sendo apresentada como uma referência às demais que serão criadas, dentro do conceito de parceria público-privada. Na avaliação da fonte da Adaf, “essa medida vai representar também um novo momento da pecuária do Amazonas, em decorrência do Estado ter sido considerado fora do risco de aftosa, em âmbito nacional, uma luta de mais de 60 anos da região”.
O governo estadual, em uma política de fortalecimento econômico do agronegócio e da pecuária, tendo à frente o secretário José Aparecido dos Santos, titular da Sepror (Secretaria de Produção Rural), busca medidas eficientes, técnicas e pragmáticas para o setor. O governador Amazonino Mendes tem em vista à necessidade de criar empregos e renda para as populações que vivem no interior, com o propósito de diminuir a dependência econômica do Polo Industrial de Manaus (PIM).
Embrapa
Vem de Santa Catarina, um exemplo de que os abatedouros também poder ser moveis, facilitando a vida dos municípios com menor demanda para o consumo local. Hoje, a Embrapa de Suínos e Aves venceu a 7a Edição do Prêmio Stemmer de Inovação Catarinense, um dos mais importantes do Sul do Brasil, com sua criação: “Abatedouro Móvel para suínos, ruminantes, aves e pescados”. A premiação é da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc).
Fonte: http://www.acritica.com/channels/interior/news/municipios-sem-abatedouro-poderao-criar-sala-de-abate