O GLOBO apurou que a portaria mencionada por Bolsonaro deverá proibir o ingresso de qualquer cidadão venezuelano em território nacional pela fronteira com Roraima. A restrição não será apenas àqueles venezuelanos que apresentem sintomas da doença.
Brasileiros ficarão livres para transitar pela fronteira. Estrangeiros de outras nacionalidades que estejam na Venezuela e queiram entrar no Brasil pela fronteira em Roraima também serão impedidos. A restrição deve entrar em vigor a partir desta quarta-feira, mas ainda não há detalhes sobre o seu prazo de vigência.
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A Venezuela tem, até o momento, 33 casos registrados da Covid-19, enquanto o Brasil tem 191. Roraima tem sido a principal porta de entrada de venezuelanos que fogem da crise social, econômica e política que atinge seu país desde 2015. A fronteira entre os dois países é porosa, e há um fluxo diário de pessoas e mercadoria entre Paracaima, no Brasil, e Santa Elena de Uairén, a cidade venezuelana mais próxima, a uma distância de apenas 15 quilômetros.
Na segunda-feira, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, havia apontado dificuldades de comunicação com a Venezuela, embora ressaltasse que não cabia a ele pedir o fechamento da fronteira. Nesta terça, ele afirmou que os venezuelanos sobrecarregam o sistema de saúde brasileiro.
— Temos uma fronteira complexa com a Venezuela, é um país que não tem mais condições de fazer atendimento de saúde, que já vem cronicamente exportando pacientes com doenças para serem atendidos no Brasil. O sistema de saúde de Roraima já ultrapassou muito o mínimo do razoável. É um sistema completamente colapsado, frágil.
Bolsonaro não deu detalhes específicos sobre como funcionaria essa restrição de tráfego na fronteira. Ele disse, no entanto, que o fluxo de mercadorias entre o Brasil e a Venezuela pela fronteira terrestre não será interrompido.
— Não é fechamento total. O tráfego de mercadorias vai continuar acontecendo, senão você pára a economia de Roraima — afirmou o presidente.
Apesar de anunciar restrições ao tráfego na fronteira do Brasil com a Venezuela, Bolsonaro afirmou que é preciso cautela ao falar de fechamento de fronteiras como solução para os problemas causados pelo novo coronavírus.
— Alguns acham que fechar a fronteira é uma palavra mágica. Se a gente tivesse o poder de fechar a fronteira como muitos pensam, não teria tráfico de armas e de drogas no Brasil. São 17 mil quilômetros de fronteira — afirmou o presidente.
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