Decreto em vigor que mantém apenas o funcionamento de serviços essenciais segue até o dia 31 de maio.
O Governador do Amazonas, Wilson Lima, confirmou a reabertura gradual do comércio a partir do dia 1º de junho. A confirmação foi feita na manhã desta terça-feira (26) durante a inauguração da primeira ala hospitalar do Brasil para tratamento de pacientes indígenas com o novo coronavírus. A medida vale somente para capital. No interior, segundo o governador, o retorno das atividades fica a critério de cada prefeitura.
“Com relação à abertura gradual do comércio que nós vamos implementar a partir do dia primeiro de junho, isso vai valer só para capital. Com relação ao interior, os prefeitos vão definir quando isso é mais oportuno ser feito, de acordo com a realidade de cada região, de acordo com a realidade de cada cidade, levando em consideração a dinâmica social e os números de Covid, os casos de contaminação”, disse o governador.
Lima havia anunciado, no domingo (24), que a reabertura gradual do comércio em Manaus estaria condicionada à redução dos casos da Covid-19. Ele leva em consideração a redução no número de mortes.
“Tem havido um número menor de óbitos (por Covid-19) e isso tem diminuído ao longo dos últimos 15 dias. Temos um aumento de casos, mas um número alto também de recuperados. Temos mais de 23 mil recuperadas. A gente consegue enxergar uma luz no fim do túnel. Todas as decisões de reabertura do comércio estão condicionadas à essa curva”, disse Wilson, na ocasião.
O decreto em vigor que mantém apenas o funcionamento de serviços essenciais segue até o dia 31 de maio.
De acordo com a última atualização dos casos da Covid-19 mostram que o número de casos confirmados de Covid-19 chegou à marca de 30 mil contaminados. O número de óbitos pela doença é 1.758.
Pedido de cautela
Pesquisadores que estudam os efeitos da pandemia do novo coronavírus avaliam que ainda é cedo para uma retomada local. Para o vice-diretor de pesquisa da Fiocruz Amazonas, Felipe Naveca, o Amazonas ainda está na curva crescente de casos confirmados de Covid-19, e seria arriscado reduzir o isolamento diante da atual circunstância.
“Ainda não é hora de uma abertura geral. A curva de casos continua subindo, mesmo com o isolamento, que de fato nunca foi tão intenso quanto deveria ter sido, porque uma boa parte da população simplesmente não atendeu ao pedido. Além disso, estamos vendo uma interiorização da doença, o que é muito preocupante”, explicou.
O prefeito de Manaus, Arthur Neto, se manifestou sobre o anúncio. Ele pediu cautela quanto à reabertura do comércio na capital, durante o período de pandemia. “Não vamos criar nas pessoas uma falsa ilusão de que todo mundo que for para a rua estará empregado”, disse o prefeito, em vídeo publicado nas redes sociais.
Estudo prevê ‘pico explosivo’ em junho
Um estudo apresentado pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapeam) prevê um novo pico explosivo de coronavírus para o início de junho em Manaus – ainda mais intenso do que o primeiro, que teria sido no início de maio.
Segundo a pesquisa, existem, pelo menos, 85 mil pessoas infectadas pelo coronavírus só em Manaus (cerca de 10% a 15% da população), e que qualquer medida de afrouxamento no distanciamento social pode representar aumento expressivo no número de pessoas contaminadas. Durante as semanas observadas, segundo a pesquisa, o nível de isolamento social era de 40%, considerado baixo.
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