A mãe ficou o tempo todo agarrada ao corpo da filha, até a chegada do IML. A remoção emocionou repórteres, populares, parentes e até os policiais que acompanharam a ocorrência
Manaus – O que era para ser um dia de alegria e de descontração entre pai, mãe e os quatro filhos, se tornou uma tragédia na tarde desta quarta-feira (10). Por volta de meio-dia, uma criança de 3 anos e 6 meses morreu afogada na Praia da Ponta das Lajes, no bairro Colônia Antônio Aleixo, na Zona Leste de Manaus. No local, muita comoção dos familiares, dos profissionais da imprensa e dos policiais que atenderam a ocorrência.
A mãe da criança, Lucilene de Abreu Gomes, de 29 anos, contou ao Em Tempo que o companheiro estava fazendo fogo para assar o almoço da família e que a Evelyn Suely Aida ficou brincando na parte rasa da praia.
Em questão de segundos, a criança acabou se afastando e desapareceu. Ao sentirem falta da filha, eles já encontraram a menina submersa. Uma enfermeira que estava no local ainda ajudou nos primeiros socorros, mas a menina não resistiu aos ferimentos.
“Eu fui ajudar meu esposo com os espetinho, mas estava de olho nela. Foi muito rápido e eu perdi a minha filha. Ela era uma criança que adorava a Deus, era comunicativa. Todo dia dançava para o senhor e agora está com ele. Nossa casa é simples, mas tem a presença de Deus. Eu nunca pensei que isso fosse acontecer com a minha filha. Não sabemos se ela se engatou em algo”, contou a mãe que ficou abraçada com o corpo da filha no colo até a chegada do Instituto Médico Legal (IML).
Policiais militares da 28ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) atenderam a ocorrência. O tenente Carlos Queiroz explicou que uma viatura do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ainda esteve no lugar, mas apenas constatou o óbito da criança.
“Assim que receberam a notícia da morte da criança foi um desespero muito grande. Os pais estavam com quatro filhos e manter a atenção em todos foi complicado. No momento em que deram falta da criança, ela já estava submersa. Ficamos sensibilizados e comovidos com a situação. Nos colocamos no lugar dos pais e sabemos que isso é lamentável”, declarou o tenente.
O momento da remoção do corpo da criança foi marcado pela emoção e tristeza dos familiares. O pai, Wadson Pinto, carregou a criança no colo até o carro do IML e gritava aos prantos. A mãe estava sendo amparada por outros familiares e também chorava muito. Esse momento comoveu a todos: repórteres, populares e até os policiais estão com os olhos cheios de lágrimas.
“Não tem como não se comover. É como se eu estivesse no lugar dela e a menina era tão pequenininha. Tinha tanto para viver”, contou uma senhora que acompanhou o resgate.
Veja a reportagem feita no local do afogamento:
Ajuda
O tio da criança conversou com a imprensa e pediu apoio da sociedade manauara para que possam arrecadar recursos para custear o velório da criança, pois a família enfrenta dificuldades financeiras.
“Queremos dar um velório digno a essa criança. Queremos homenageá-la já que era uma criança adorável. Você que é pai ou mãe, cuide dos seus filhos. Isso foi uma fatalidade que serve de alerta. A gente nunca imagina que vai acontecer com a gente. Quem quiser dar algum tipo de apoio pode entrar em contato conosco pelo número (92) 99249-1403“, informou o tio.
Os pais devem ser chamados para prestar depoimento na Polícia Civil do Amazonas.
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