O que para muitos é motivo de rizadas e chacotas, pode estar escondendo um grave problema social. Estamos falando de uma decoração feita em uma árvore localizada na praça em frente à Rodoviária de Presidente Figueiredo, às margens da BR 174. A pessoa que “idealizou” a ornamentação, certamente não buscava criar o “Espírito Natalino” típico dos festejos de final de ano e muito menos pensou na hipótese de estar debochando das pessoas que vivem em situação de rua e são frequentadores dos espaços públicos, especialmente a rodoviária da cidade.
A árvore foi decorada com dezenas de garrafas vazias de uma bebida alcóolica conhecida como “Corote”, bastante consumida pelos “Pé Inchados” erroneamente assim rotuladas as pessoas que vivem em situação de rua e, que na rodoviária de Presidente Figueiredo, já formam um numeroso grupo.
considera-se população em situação de rua o grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e áreas degradadas. Mesmo com esforço e atenção do Serviço de Assistência Social Municipal, estas pessoas recusam-se a ir a abrigos e receberem os devidos cuidados, são desprezados pelos próprios familiares na maioria dos casos e preferem o convívio perambulando pelas ruas como pedintes e fazendo uso de bebidas alcóolicas.
No município, existe um trabalho voluntarioso que leva o nome de “Projeto C.E.U.” (Centro de Evangelismo Urbano), que procura acolher esse grupo de pessoas, dando-lhes apoio espiritual através da pregação da palavra de Deus e, eventualmente realizando reuniões oferecendo sopa e vestimentas. Este trabalho é coordenado pelo Mototaxista Jonnes Lima e um grupo de voluntários, que hoje, com apoio do empresário Moisés Carneiro, estão finalizando a construção da sede do projeto no KM 09 da AM 240, onde muitas destas pessoas poderão ser internadas a que recebam cuidados e recuperem a saúde e a dignidade.
Muito há a ser feito por estas pessoas, mas nunca serem motivos de chacota!
Por: Bosco Cordeiro