Corpo de menina foi encontrado em afluente do Rio Paranapanema, em Terra Rica. Pai continua desaparecido.
Maria Cecilia Silva de Souza, de 4 anos, foi encontrada morta no Rio do Corvo — Foto: Arquivo Pessoal
Beatriz Silva Félix, mãe de Maria Cecília Silva de Souza, de 4 anos, encontrada morta no sábado (13) em Terra Rica, noroeste do Paraná, afirmou, em entrevista à RPC, que o pai da menina, Nadiro da Silva de Souza, enviou uma foto da filha amarrada por meio de um aplicativo de mensagens. Ele é o principal suspeito do crime.
O casal ficou junto por quatro anos. Por conta de um acordo judicial, Nadiro ficava com a garota nas tardes de folga, como na sexta-feira (12), data em que os dois desapareceram.
Beatriz contou que entregou a filha ao ex-companheiro, mas não recebeu mais notícias dela. O corpo dela foi encontrado com sinais de asfixia.
“Comecei a mandar mensagem pra ele trazer ela embora, e aí ele disse que não faria isso. Mandou áudios dela chorando, gritando e toda amarradinha. A partir daí eu não consegui falar mais nada. Ficamos juntos por quatro anos, mas ele nunca demonstrou ser esse monstro. Tudo isso começou depois que eu engravidei dela”.
Entre outras mensagens, Nadiro ainda disse que “Ela já está morta” e “Você nunca mais vai ver ela” para a ex-companheira.
Segundo a Polícia Civil, ele segue desaparecido. O corpo da menina foi localizado pelo Corpo de Bombeiros dentro do Rio do Corvo, afluente do Rio Paranapanema.
Medida protetiva
Nos quatro anos em que ficaram juntos, Beatriz afirmou que passou a sofrer violência doméstica nos últimos meses do relacionamento.
“A gente foi e voltou 11 vezes no relacionamento. Dessa última vez, eu disse que não iria voltar mais, e nisso ele não aceitou a separação. Quando estávamos juntos, ele batia em mim, puxava o meu cabelo, me dava soco. Ele me ameaçou de morte e fez o mesmo com a nossa filha”.
Maria Cecilia Silva de Souza, de 4 anos, foi encontrada morta no Rio do Corvo — Foto: Arquivo Pessoal
O delegado responsável pelo caso, Samuel Souto Ribeiro, acredita que a motivação do crime seja a de que o suspeito não aceitava o término do relacionamento com Beatriz, nem que ela possuísse a guarda da menina.
‘É uma dor insuportável’
Emocionada, Beatriz afirmou que não imaginava o que poderia acontecer com a filha, que se preparava para comemorar o aniversário junto com a mãe.
“Falo para as mães que têm seus filhos, cuidar dos filhos. É muito ruim perder um filho. É uma dor insuportável, que não acaba nunca. Só de saber que eu nunca mais vou ver a minha filha… Ela era um anjo, não tinha maldade com ninguém, todo mundo gostava dela aqui, nunca imaginei que isso fosse acontecer comigo um dia”.
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