Mestre de jiu-jitsu e policial civil Nonato Machdo incentivou a esposa em agressões e depois cedeu arma de fogo a Juçana, que acertou a perna de advogado
Babá foi espancada pela esposa do policial e mestre de jiu-jitsu, que incentivou o fato (Foto: Reprodução)
Uma babá de 40 anos foi agredida e um advogado de 35 anos baleado na perna com um tiro de raspão na noite desta sexta (18), por volta das 18h20 no estacionamento de um condomínio no bairro Ponta Negra, zona Oeste da cidade.
O disparo foi supostamente efetuado por uma mulher identificada como Juçana Machado, esposa do mestre de jiu-jitsu sétimo Dan e investigador de Polícia Civil, Raimundo Nonato Machado, também envolvido na briga. Vídeo da câmara de segurança mostram Jussara com a arma em punho e o disparo contra o advogado.
Imagens das câmeras de segurança mostram mulher apontando arma e disparando (Foto: Reprodução)
A briga
De acordo com a babá, há uns cinco meses vem sendo alvo de xingamentos por parte de Jussara. No início da noite de hoje (18) a babá estava saindo do elevador e passou pelo casal em direção a saída. Segundo a vítima, Jussara disse “ainda me olha torto essa filha da puta”.
Babá ficou com marcas no rosto por conta das agressões (Foto: Wellyson Ferreira)
Conforme o relato, Nonato chamou a baba de “vagabunda”. Após isso Jussara deu um empurrão na babá e passou a agredi-la com socos. Em vídeos gravados por testemunhas, mostram o momento que a companheira de Nonato está agredindo a babá, que tenta se defender.
O vídeo mostra ainda que os outros condôminos pedem para que Nonato intervenha na briga mas ele responde fazendo sons de negação e depois, incentiva para a esposa que está em cima da babá, continue as agressões. “Bate na cabeça dela. Na cabeça dela, bate. Acaba a cara dela. Isso chuta, nao deixa ela levantar”, diz Nonato.
Nonato cedeu a arma para Juçana, que disparou no advogado (Foto: Reprodução)
Durante a briga, o advogado, patrão da babá, tentou intervir e Nonato partiu para cima dele tentando acerta-lo com um soco. Nonato passa a arma de fogo para Jussara. Em um dado momento o disparo é efetuado e acerta a região da panturrilha do advogado. Ele entra na guarita do condomínio em busca de proteção. Após isso foi encaminhado ao Serviço de Pronto Atendimento (SPA).
Diligências
O caso está no 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP). Jussara responderá pelo crime de porte ilegal de arma de fogo restrito e será encaminhado para Audiência de Custódia. Nonato assinou Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). O casal já tem Boletins de Ocorrência (BOs) pelos crimes de injúria e ameaça registrados no 8º DIP.
OAB vai pedir exoneração do policial envolvido no crime (Foto: Wellyson Ferreira)
“O policial civil assinou o TCO, pelo crime de lesão corporal e por ter entregado uma arma de fogo para uma pessoa não habilitada e pelos crimes responderá em liberdade. A OAB vai encaminhar à corregedoria da Polícia Civil um pedido de afastamento cautelar e exoneração”, declarou o presidente de prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil no Amazonas (OAB-AM), Alan Jhonny, presente na unidade policial.
“Disparo Acidental”
Segundo a defesa de Nonato e Juçana, a cargo do advogado Adalberto Santos, o disparo foi acidental e a vítima não apontou a arma em direção a babá, entrando em clara contradição com as imagens das câmeras de vigilância. “Nós temos um confusão entre vizinhos, uma briga de condomínio, que poderia ter sido resolvida em um jantar ou uma reunião. Infelizmente, chegaram em vias de fato, foram agressões tantos verbais quanto físicas”, disse.
Advogado de defesa dos acusados alegou que disparo foi acidental (Foto: Wellyson Ferreira)
Para o advogado, houve apenas vias de fato entre duas mulheres e agressões entre dois homens. “A parte que se apresentou como vítima não é vítima. Nesse caso o que houve foi um disparo acidental, para evitar algo maior a arma foi entregue de forma deliberada. Para que ela (Juçara) segurasse a arma”, complementou.
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