Radares da BR-174 aplicaram R$13 milhões em multas

 

O trecho com maior número e multas em rodovias federais fica em Manaus, próximo do início da BR-174
 

Localizados na BR-174, logo na saída de Manaus, os únicos trechos com radares em rodovias federais no Amazonas concentram quase metade das multas aplicadas nas estradas do estado. Dos R$24,6 milhões em autuações a motoristas, cerca de R$13 milhões em multas foi originado dos seis radares da BR-174.

Os dados são do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e foram fornecidos por meio de Lei de Acesso à Informação (LAI) ao projeto Fiquem Sabendo, e analisados pela reportagem do RealTime1.

As planilhas do DNIT mostram dados sobre autuações realizadas entre 2018 e 2022 em estradas e rodovias federais de todo o país, com o detalhamento geográfico e dos trechos com maior incidência de multas.

Do radares na BR-174, quatro estão instalados nas proximidades de Manaus e dois próximos ao município e Presidente FigueiredoNa BR-319, que liga Manaus a Porto Velho/RO, não há radares e o número de multas aplicadas é bem menor.

Segundo o DNIT, o total de multas aplicadas pelos seis radares da BR-174 é de 70.907, o que representa 49,2% do total de multas aplicadas nas rodovias federais do Amazonas. Só um deles aplicou R$7 milhões em multa, o que representou 27% do total de sanções dos últimos quatro anos.

A BR-174 começa no Mato Grosso. No Amazonas, inicia do km 884 e segue até a divisa com Roraima, no km 1.139.

Segundo levantamento do DNIT, nesse período de três anos, o Amazonas é o quarto estado da Federação com menor número de multas aplicadas, ficando à frente de Amapá, Roraima e Acre.

Quilômetro 884 é recordista de multas

O trecho com mais multas constatadas no Amazonas é o quilômetro 884 da BR-174. Nele há um radar em que a velocidade permitida é de 40 quilômetros. Só nele foram geradas 39.285 multas aplicadas por excesso de velocidade.

As multas relacionadas ao artigo 218, I, do Código Brasileiro de Trânsito (CTB), no qual diz que “Transitar em velocidade superior à máxima permitida para o local, quando a velocidade for superior à máxima em até 20%” é uma infração média e a multa é de R$ 130,16. Apenas de infrações médias, foram 25.644 multas aplicadas, o que representa cerca de R$ 3 milhões.

No mesmo radar, também foram registradas infrações no artigo 218, II, que é quando a velocidade está de 20% a 50% superior à permitida. Foram 11.219 infrações graves registradas. O valor da multa sobe para R$ 195,23, mais 5 pontos na carteira.

Já na gravíssima, que a penalidade é de três vezes o valor multa, ou R$ 880,41 e suspensão do direito de dirigir, quando a velocidade for superior à máxima em mais de 50%. Nesta infração foram 2.422 autuações.  

Nos 3 tipos de infrações detectadas no início da BR-174, logo a sair de Manaus, apenas um radar representa R$ 7 milhões em multas.

BR-319 representa apenas 1% das multas

Somando todos os trechos da BR-174, que possui 6 radares instalados, são 144.124 infrações aplicadas e 24,6 milhões em multas. Já na BR-319, que não há radares, são 1.628 infrações e cerca de R$ 650 mil em multas aplicadas. O que representa apenas 1,12% de infrações em todo o estado.

Deputado cobra DNIT

Em maio do ano passado, os radares na BR-174 foram alvo de reclamação na Assembleia Legislativa do Estado (Aleam). Insatisfeito, o deputado estadual Abdala Fraxe (Avante) enviou um requerimento ao DNIT cobrando explicações sobre a localização dos equipamentos após receber reclamações de moradores.

“Essa quantidade de radares é uma situação absolutamente desnecessária. Existe uma comunidade no início da BR-174, onde a necessidade de um radar é real, em razão do fluxo de pessoas que transitam no local, mas nas demais localidades é uma questão de arrecadação feita pelo DNIT, uma verdadeira indústria de multas. Precisamos combater isso”, disse.

Bosco Cordeiro:
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