Presidente Figueiredo, AM – A grave estiagem que afeta a região amazônica tem provocado sérios impactos nas comunidades ribeirinhas, como os residentes na Cacaia, localizada às margens do Lago de Balbina. Com o nível da água drasticamente reduzido, moradores enfrentam enormes dificuldades para acessar serviços básicos de saúde.
A médica Dra. Rosely Cordeiro, Médica do Ministério da Saúde membro do Programa Mais Médicos, atuando no Hospital Eraldo Neves Falcão, esteve na comunidade para oferecer atendimento e relatou as adversidades enfrentadas. “O lago está extremamente seco. Os ribeirinhos precisam caminhar até um quilômetro e meio sob um sol intenso para chegar ao ponto de atendimento. Muitos vêm em busca de medicamentos, consultas médicas, odontológicas ou renovação de receitas, especialmente hipertensos e diabéticos. É uma situação alarmante”, destacou.
O acesso à Cacaia é feito pela comunidade Micade Três, no km 134 da BR-174, onde o transporte também se tornou mais complicado devido às condições climáticas. Apesar disso, os moradores, conhecidos por sua resiliência, continuam a demonstrar gratidão. Muitos levam aos profissionais de saúde pequenos “agrados” – frutas e outros produtos cultivados na região – como forma de reconhecimento.
Além das consultas médicas, a equipe de saúde presta apoio psicológico e orientações para lidar com os efeitos da estiagem, que vai além da seca: compromete a subsistência, dificulta o transporte fluvial e agrava problemas de saúde.
A situação evidencia a necessidade de políticas públicas voltadas para essas comunidades, especialmente em períodos de seca severa, que têm se tornado mais frequentes devido às mudanças climáticas.
Enquanto isso, histórias de solidariedade e dedicação, como as de médicos e enfermeiros que enfrentam desafios extremos para atender a população, mostram o valor da empatia e do compromisso em meio às dificuldades.
Por: Bosco Cordeiro