No Estado das águas o melhor negócio continua sendo o pescado
O Amazonas possui 3.526 piscicultores, que produzem anualmente 22 mil toneladas de pescado. Contudo a demanda atual é de 68 mil toneladas ano, resultando assim um déficit de 46 mil toneladas. O déficit é suprido, em parte, pela importação de tambaqui de Rondônia, Roraima e Acre evadindo divisas do Amazonas para estas regiões.
O estado de Rondônia contribui com 80%, Roraima 18% e Acre com apenas 2% do pescado enviado ao Amazonas. Rondônia manteve a primeira posição do ranking nacional de produção de pescado na piscicultura, com a despesca de 90,64 mil toneladas de peixes, e o Amazonas está na 8ª posição com produção de 22 mil toneladas.
No entanto, nos últimos seis anos a piscicultura no estado do Amazonas apresentou uma taxa de crescimento de 58%, passando de 11.892 toneladas para 21.450 toneladas, com uma taxa anual de crescimento de 9,6%. Isso é resultante do trabalho de mais de 3.500 piscicultores e a produção é baseada em 92% de Tambaqui, 5% Matrinxã e 2% de outras espécies.
Os dez municípios que apresentam as maiores produções são: Rio Preto da Eva, Benjamim Constant, Manaus, Itacoatiara, Iranduba, Manacapuru, Careiro, Presidente Figueiredo, Coari e Humaitá.
O Município de Rio Preto da Eva (AM) foi novamente o principal produtor nacional de peixes, registrando a despesca de 13,38 mil toneladas. O Município de Ariquemes (RO) é o segundo em posição, despescando 13,04 mil toneladas,
Produção e burocracia
O Amazonas tem condições favoráveis para produzir pescado suficiente para suprir a demanda interna e gerar excedentes exportáveis. Existem diversos fatores que favorecem a produção de peixes no Estado com clima favorável, recursos hídricos em abundância, ocorrência de vales interiores, existência de espécies nobres com excelente desempenho quando cultivada, uma atividade sustentável que preserva as florestas e mais o valor simbólico do produto regional para comercialização ao mercado interno e externo que é a marca AMAZÔNIA.
As dificuldades enfrentadas na atividade são: rigidez da legislação ambiental, deficiência na logística de escoamento, deficiência de energia elétrica, baixa utilização de tecnologias disponíveis, elevados preços de insumos, assistência técnica, regularização fundiária e políticas públicas devem serem superadas para a produção continuar crescendo.
A elevação da produção da piscicultura no Estado do Amazonas passa por investimentos expressivos em estudos de nutrição e alimentação de peixes (ração), melhoramento genético das linhagens de tambaqui, domínio da reprodução artificial do pirarucu e garantia de infraestrutura e logística para comercialização;
Pensando em fomentar o desenvolver esse setor estratégico, em 2003 o governo de Eduardo Braga (MDB), criou uma estrutura institucional especifica para tratar desse setor, que foi a criação da Secretaria Executiva de Pesca e Aquicultura (SEPA).
A secretaria surgiu do interesse de Eduardo Braga, governador na época, em revigorar instituições fundamentais para o desenvolvimento do Estado, além de recolocar o Amazonas na vanguarda do fomento e desenvolvimento para a cadeia produtiva do pescado, com desafio é estruturar a cadeia produtiva para aumentar a produção e atender a demanda de consumo interno.
Fonte: https://correiodaamazonia.com/no-estado-das-aguas-o-melhor-negocio-continua-sendo-o-pescado/