‘Irmãos Souza’ vão recorrer de condenação: ‘Acreditamos na Justiça’, diz Carlos

 

Carlos e Fausto Souza foram condenados a 15 anos de prisão e pagamento de multa. Sobre a série da Netflix que citará Wallace Souza, Carlos disse: “Ele já sofreu demais”

O ex-deputado Carlos e Fausto Souza irão recorrer da decisão da Justiça do Amazonas que os condenou a 15 anos de prisão e multas individuais no valor de R$ 55.411,16, por crime de associação para o tráfico de drogas. Com a medida, os “Irmãos Coragem” devem aguardar em liberdade o trânsito em julgado do processo.

A decisão assinada pela juíza de direito Rosália Guimarães Sarmento é desta terça-feira (7). Além de Carlos e de Fausto, mais três policiais militares e um ex-policial militar também foram condenados no processo 0250255-75.2009.8.04.001, originado a partir de denúncia do Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) oferecida à Justiça em 2009.

“Vamos recorrer sim. A gente acredita na Justiça, que vai ser feita e seremos inocentes, assentados como somos. Não posso comentar mais [sobre o processo], deixo a cargo da Justiça”, disse Carlos, em entrevista pelo telefone.

Questionado sobre a série documental da Netflix, intitulada “Bandidos na TV”, com episódio que cita o seu irmão, o ex-deputado estadual Wallace Souza, Carlos se limitou a dizer: “Não quero falar nada, ele já sofreu demais”. A previsão de estreia da obra é 31 de maio deste ano.  

A reportagem tentou contato com Fausto Souza, mas não obteve sucesso até a publicação desta matéria. 

Eleito deputado estadual em 1998, Wallace comandava, junto com os irmãos Carlos e Fausto, um programa de TV que abordava casos policiais. Posteriormente, ele foi acusado de ser chefe de uma facção criminosa e de ordenar morte de traficantes rivais para exibir em seu próprio programa. Cassado em 2009 por conta das denúncias, Wallace passou a sofrer com graves complicações no sistema digestivo e faleceu em 2010.

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Mais detalhes da decisão

Mário Rubens Nunes da Silva (motorista da ex-esposa de Wallace Souza), João Sidney Vilaça de Brito (motorista do programa Canal Livre), João Bosco Sarraf de Resende e Vanessa de Souza Lima (produtora do programa Canal Livre) foram absolvidos.

Os irmãos Souza e os demais foram denunciados com base em investigação  feita por uma força-tarefa criada para investigar uma suposta organização criminosa que envolvia Fausto, Carlos e o falecido deputado Wallace Souza.

Conforme a sentença de hoje, Wallace, Carlos e Fausto, os “Irmãos Coragem”, com apoio do Departamento de Inteligência (DI) da Polícia Militar do Amazonas, por meio do comandante coronel Arce, “eram os responsáveis por planejar e articular as operações para desmantelar o esquema de outros traficantes, mediante pagamento de valores pecuniários para ‘proteção’ das atividades de tráfico de drogas desenvolvidas por estes traficantes”.

Segundo a juíza Rosália, a absolvição de Mário, João Sidney, João Brito e Vanessa ocorreu por “fragilidade das provas”. “[…] não restou adequadamente comprovada à relação destes acusados com o crime de associação para o tráfico de drogas”, afirma a juíza na sentença.

A magistrada também destaca que Carlos, depois do irmão Wallace, era quem tinha mais poder na organização criminosa. Na sentença, a juíza também determina o imediato afastamento cautelar dos policias militares condenados à prisão.

Depois da pena dos irmãos Souza, as maiores são dos policiais militares Luiz Maia de Oliveira e Allan Rego da Mata. Eles foram condenados a 13 anos e 4 meses, além do pagamento de multa de R$ 49.890.

Luiz, na ausência de delegado, chegou a exercer o posto de chefe da Delegacia de Jutaí (a 751 km de Manaus). Ele desviava drogas apreendidas durante operações e as direcionava para a organização criminosa da qual fazia parte com os irmãos Souza. Já Allan era capitão da Polícia Militar.

O também policial militar Elizeu de Souza Gomes foi condenado a 11 anos e 8 meses de prisão e ao pagamento de multa no valor de R$ 44.302,32. Enquanto o ex-policial militar Whatilla Silva da Costa, que era segurança de Wallace Souza, pegou 8 anos de pena e multa de R$ 31.037,80.

Fonte: https://www.acritica.com/

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