Como típicos meninos do interior, eles foram criados ali, brincando, nadando, e como diz o amazonense: “só de bubuia” nas encantadoras águas negras, porém agitadas das Corredeiras do Urubuí, em Presidente Figueiredo (município distante 117 quilômetros de Manaus). Mas quem diria que a brincadeira de criança fosse apenas o começo do que, no futuro, seria a profissão deles: salva-vidas. 

Felipe Pena, 28, e Erivelton Santos, 29, chamaram a atenção dos internautas, no domingo (19), quando realizaram um resgate descrito por muitos como “cena de filme”. A agilidade, rapidez e conexão da dupla de salva-vidas impressionaram aqueles que assistiram ao salvamento de um jovem manauara que se afogava em meio à correnteza. Em menos de 30 segundos, Felipe e Erivelton evitaram que o pior acontecesse. 

Erivelton era quem pilotava a lancha e realizou manobras com agilidade e experiência de quem conhece muito bem aquela região. Afinal, ele aprendeu a nadar ali mesmo, nas Corredeiras do Urubuí, por volta dos oito anos de idade. Nascido em Manaus, Erivelton foi morar na ‘Terra das Cachoeiras’ com apenas dois anos. Hoje, ele trabalha como salva-vidas há seis anos. 

“Estávamos no período de carnaval, onde o movimento de banhistas aqui na Corredeira do Urubui é muito grande. Na noite anterior, houve uma grande chuva, onde o volume da água dobrou. No dia pela parte da manhã verificamos o volume da água e optamos por colocar o motor de maior potência na lancha. E ficamos alerta no posto operacional”, relatou o piloto salva-vidas.  

“Quando avistamos o movimento do pessoal correndo na orla da corredeira, identificamos o banhista no princípio de afogamento. Foi quando tomamos a iniciativa de resgatá-lo. Tudo em estava em sincronia, o motor, a lancha, o piloto, o mergulhador e o resgate. Tudo foi feito para que tivéssemos êxito no resgate”, completou Erivelton. 

Já Felipe nasceu e foi criado em Presidente Figueiredo. Por volta dos 10 anos de idade já sabia nadar e aprendeu também nas Corredeiras do Urubuí. No vídeo do resgate, Felipe mergulha nas águas e resgata o jovem que estava prestes a se afogar, submergindo em meio às correntezas. A agilidade na hora do salvamento é notória e fruto de uma experiência de cinco anos como salva-vidas. 

“A sensação de todos nós guarda-vidas é ajudar a vítima da melhor forma possível, e claro, um constante treinamento para que quando ocorram essas situações estejamos preparados”, disse Felipe. 

“Quando a corredeira está no seu volume alto como está agora, sempre acontecem esses casos. Os banhistas por não escutarem as orientações que sempre passamos, acabam se empolgando com os que conhecem a corredeira e acham que parece fácil, mas acabam passando por esse sufoco”, relatou o salva-vidas. 

Salvando vidas

Felipe e Erivelton fazem parte do Grupo Especializado em Resgate, Salvamento e Combate a Incêndio (Gersci), da Defesa Civil do município, e trabalham há cinco anos juntos. O grupamento é composto por 26 profissionais, que se revezam durante os plantões de final de semana. 

O salva-vidas Felipe explica que aprendeu a lidar com situações de resgate com a prática e muito treinamento. “Estamos sempre atentos e quando vimos que o rapaz escorregou, imediatamente já fomos em direção a vítima. O problema foi que ele afundou, mas graças a Deus consegui vê-lo, foi quando pulei para resgatá-lo”, relembra. 

A sintonia de Erivelton e Felipe na hora do resgate também impressionou os internautas, mas Erivelton explica o porquê. “São muitos anos trabalhando juntos, e todo o grupamento trabal…

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