Emílio Dantas, de Segundo Sol: internet virou campo de guerra

 

O ator, que vive Beto Falcão na novela, adora os memes e se diverte na pele do protagonista

Protagonista de Segundo Sol, Emilio Dantas incorporou com vontade o baiano Beto Falcão. Na trama de João Emanuel Carneiro, desafios não faltam para o cantor. Após o sucesso e a decadência, foi dado como morto, virou ídolo, vive uma farsa de quase 20 anos, perdeu seu grande amor, casou com a mulher que o traía, é pressionado pelo filho a contar a verdade e, por fim, reencontrou sua amada Luzia (Giovanna Antonelli).

Emilio conta tudo isso para o Metrópoles e ainda tem tempo de comentar as críticas recebidas nas redes sociais.Quem de fato é Beto Falcão?
Beto é um cantor de axé que fez sucesso na década de 1990. Ao fim do milênio, ele já não era mais aquilo tudo. O trio dele já não atraía mais tanta gente, o microfone não funcionava muito bem, seu pai estava devendo dinheiro, o irmão, sumindo com a grana. Então, ele começou a buscar soluções financeiras para sustentar a família. Nessa, foi fazer um show, perdeu o voo, o avião caiu, foi dado como morto e houve uma explosão de vendas. Parafraseando o personagem: “Passou a valer mais morto do que vivo!”.

Por que ele resolveu participar da farsa sobre a suposta morte?
Ele resolveu participar porque pensou na família. É novela e não estou dizendo para fazerem isso em casa. A proposta era que ele ficaria sumido apenas por um tempo e depois revelaria tudo. Porém, as coisas saíram do controle e o Beto ficou sem ter par onde ir.

Qual o sentimento dele em relação à Luzia?
A Luzia é meio que o porto de todos os sonhos do Beto, porque o desejo dele era morar em Boiporã, viver com uma esposa bacana, com filhos, na beira da praia, curtindo a vida. De repente, com toda a história da morte, ele pôde viver justamente isso.

Como foi gravar a música Axê Pelô?
Assim que eu recebi a música, liguei para o Musi, nosso produtor musical, e falei: “Quero colocar a voz hoje!”. O estúdio dele é na frente da minha casa e ele falou: “Tá bom, mas eu não tenho horário”. Insisti e pedi para ir lá de madrugada. Música a gente sabe como é: todo mundo fica de madrugada mesmo, trabalhando. Aí, eu corri para lá, coloquei a voz e foi uma delícia.

É a primeira vez que você faz um cantor na TV, não?
Sim. Eu tive contato antes na música com Cazuza, mas era teatro, outro esquema. Agora a gente colocou na TV. Vamos ver como vai ser esse negócio.

Você assimilou o sotaque baiano facilmente? 
Fico direto com o sotaque. Sabe por quê? No outro dia eu cheguei para gravar e falei: “Tá bom, uma ceninha curta, não preciso batalhar o sotaque, não. Na hora vai rolar”. Aí, entrei e para falar uma frase já ficou difícil. Pensei: “Pô, preciso esquentar o motor”. É a álcool o negócio! Quando chego ao estúdio, já começo o baianês.

Então, continua quando você vai para casa?
Muitas vezes sim, porque chego em casa e a Fabíula (Nascimento, sua namorada e intérprete de Cacau na novela) está estudando texto, também falando baianês. Até meu cachorro já está mandando ver no sotaque baiano (risos).

Você já conhecia essa região do Nordeste?
Não. Quando eu estava fazendo Cazuza, a gente girou muito. Foram duas turnês pelo Brasil em dois anos. Então, passamos por muitos lugares e a Bahia foi um deles. Mesmo assim, ainda não conhecia, tinha ido só de passagem, correndo.

Como é ser protagonista em uma trama do horário nobre?
Para mim, a diferença é que consigo assistir. Chego em casa e vejo a novela para ter um feedback. Mas nem quero pensar nisso, senão vou acabar pirando, ficando cheio de receios e aflições.

Você fez dois vilões. Está se sentindo mais leve nesse personagem?
Ficava falando que queria fazer um vilão e vieram dois. Pensei: “Pô, como se faz um mocinho?” (risos). Hoje em dia, os personagens apresentam um pouquinho dos dois lados. O fato de o Beto aceitar essa mutretagem de fingir estar morto, não deixa de ser um grauzinho de vilania.

Como que você lida com essas questões da internet, dos comentários, das piadas?
Eu acho divertido demais. Virou um campo de guerra. Eu, por exemplo, me divirto com joguinho de celular, tem gente que gosta de xingar. Então, é cada um por si. Os “memes” são divertidíssimos, é uma nova mídia.

Um protagonista toma muito tempo. Quando sobra algum, o que você costuma fazer?
Dormir! Não, mentira (risos). Gosto de ver televisão, desenhar, não fazer nada e brincar com o cachorro.

Fonte: https://www.metropoles.com/entretenimento/televisao/emilio-dantas-de-segundo-sol-internet-virou-campo-de-guerra

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