Políticas Públicas para os Grupos Especiais: uma crítica do Profissional do Educação Física.

“A saúde não é apenas a ausência de doença. É muito mais do que isso. E com ela, não se brinca.”…

É fato conhecido que a saúde pública no Brasil vai de mal à pior, e falando sobre políticas públicas para populações especiais, pode-se afirmar que não existe planejamento para que seja tratada a PREVENÇÃO das doenças crônicas que comprometem a qualidade de vida de grande parte da população brasileira.
O foco atual está em combater a doença e não previní-la, o que sobrecarrega os cofres públicos e adoece ainda mais um sistema de saúde único que já está na UTI (sem contar com os devidos de verba oriundas da corrupção). Temos então um Ministério da Doença, e não da Saúde, como o nome sugere.


Com o aumento da inatividade física (sedentarismo) a OMS – Organização Mundial de Saúde – já se posicionou com ações em relação ao aumento do número de acometidos, cada vez mais jovens, por patologias como Hipertensão, Diabetes, Dislipdemias, Obesidade e Cardiopatias.
Houve também o aumento do consumo de produtos industrializados, o que eleva ainda mais o risco de se desenvolver essas doenças crônicas. Junto à isso, o aumento da violência e insegurança deixa o cidadão de bem preso em casa, aumentando a possibilidade do indivíduo tornar-se inativo fisicamente. O estilo de vida é fator determinante para o surgimento destas patologias.
Devido ao aumento significante dessas populações especiais, é extremamente importante desenvolver projetos de prevenção de riscos e promoção da saúde, a fim de desafogar os hospitais (principalmente os prontos-socorros) que estão cheios de pessoas com sintomas primários como síncope, dor de cabeça, aumento da pressão arterial, palpitações, formigamentos etc, sintomas estes que desaparecem após o início da prática de alguma atividade física.

Dentro das ações de políticas públicas, devem ser priorizadas as construções de parques, pistas de corrida, ciclovias, academias ao ar livre e centros de convivência que favoreçam a prática dos exercícios e melhora da qualidade de vida das pessoas. Leis de incentivo ao esporte devem ser ampliadas para que haja a real implementação de projetos pelas secretarias de esporte e saúde, sejam elas municipais e/ou estaduais. A ANS – Agência Nacional de Saúde – disponibiliza todo o suporte necessário para elaboração de projetos e ações que podem ser realizadas junto ao poder público.
Falta, por parte dos gestores, conhecimento técnico e sensibilidade para gerir a saúde da forma correta e eficaz. É necessário valorizar os interesses da sociedade como um todo, com ética, verdade e compromisso com a saúde pública e com as pessoas que dela dependem.
É papel do Profissional de Educação Física a elaboração de projetos de prevenção de riscos e promoção da saúde, mas sem a valorização dos gestores públicos, fica muito difícil realizar tais ações. Eu mesmo tenho alguns projetos prontos mas esbarro na incompetência, na falta de visão e principalmente no amadorismo de muitos que se alternam no poder. A saúde não é apenas a ausência de doença. É muito mais do que isso. E com ela, não se brinca.
Portanto, ao falar de políticas públicas para os grupos especiais, concluo com essa dica de ouro, que é bem conhecida mas pouco usada: na saúde, é melhor prevenir do que remediar! ❤
A Personal Trainer Lílian Daniel é graduada em Educação Física pela UFAM, especialista em Atividade Física para Grupos Especiais, pós graduanda em Gerontologia-Saúde do Idoso (FUNATI/UEA) e associada CREF, SBC e SOCESP. Pra entrar em contato acesse @liliandanielhealth

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