Uma moradora da aldeia, que preferiu não ter o nome divulgado por medo de represálias, informou que os grileiros queriam usar a terra para um projeto de agricultura e isso foi negado por caciques da aldeia.

“Eles falaram que queriam a terra por conta de um projeto de agricultura, sendo que a plantação era toda da aldeia. Dias depois estávamos na feira do Mindú, quando ligaram pro cacique dizendo que tacaram fogo na casa dele e tentaram matar o filho dele de 17 anos queimado dentro da casa”, relembrou.

Após ataque à casa do cacique, no dia 5 de dezembro, outras duas moradias também foram incendiadas no dia seguinte. Eles denunciam que a Polícia Civil se recusou a fazer Boletim de Ocorrência.

“Procuramos a polícia mas eles ficaram com medo de entrar pois a área é indígena. Também procuramos a Funai e Fundação Estadual do Índio, mas está em processo de trocar de presidente, depois de 3 dias que a perícia e a polícia foram na aldeia”, disse.

O g1 entrou em contato com a Fundação Estadual do Índio (FEI) e Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e aguarda retorno. A reportagem também solicitou um posicionamento da Polícia Civil.

Segundo a denúncia, documentos e roupas foram queimados durante os ataques. Eles afirmam, ainda, que crianças ficaram horas com fome, pois os alimentos também foram perdidos.

Nas redes sociais, eles planejam uma campanha, com doações de materiais para reconstruir as casas na região.