Brasil vira território estratégico para desembarque de mercenários por recompensa bilionária dos EUA: caça ao presidente da Venezuela promete R$ 270 milhões de reais de prêmio e ameaça guerra híbrida na América do Sul

 

Mercenários atraídos por recompensa bilionária dos EUA chegam ao Brasil: mercenários cruzam a fronteira brasileira em busca de Maduro e R$ 270 milhões de prêmio

por Thaís SouzaPublicado em 17/08/2025
Mercenários atraídos por recompensa bilionária dos EUA chegam ao Brasil: mercenários cruzam a fronteira brasileira em busca de Maduro e R$ 270 milhões de prêmio
 
 

Em meio a acusações de narcotráfico, operações clandestinas e disputas geopolíticas, a região vive o risco real de ser palco de uma guerra híbrida, onde nada é o que parece e a linha entre paz e conflito simplesmente desaparece.

Washington dobra a aposta contra Nicolás Maduro:

Os Estados Unidos decidiram dobrar a pressão. Em 2020, durante o governo Trump, o Departamento de Justiça anunciou acusações formais contra Maduro e seus aliados por tráfico internacional de drogas, oferecendo US$ 15 milhões como recompensa por informações que levassem à sua captura.

 

O valor subiu para US$ 25 milhões sob o governo Biden e, em 2025, Washington elevou a cifra para US$ 50 milhões (R$ 270.050.000 aproximadamente, com base nas cotações disponíveis hoje, 17 de agosto de 2025, 1 USD equivale a cerca de 5,401 BRL), tornando-se uma das maiores recompensas da história recente.

Segundo o governo norte-americano, Maduro é acusado de atuar como um dos principais narcotraficantes do planeta, mantendo conexões diretas com cartéis mexicanos e quadrilhas venezuelanaslink oficial do Departamento de Estado dos EUA]. Para autoridades americanas, ele representa uma ameaça direta à segurança nacional dos EUA.

Reação da Venezuela e acusações cruzadas

A resposta de Caracas foi imediata. O chanceler venezuelano Yván Gil classificou a medida como “a mais ridícula cortina de fumaça já vista”, acusando Washington de usar o tema para desviar a atenção de problemas internos.

Ao mesmo tempo, a oposição venezuelana e observadores internacionais contestaram as eleições de 2024, alegando que o candidato opositor Edmundo González havia obtido maioria de votos, posição ignorada pelo regime.

 

Enquanto isso, Maduro reforça o discurso de que os EUA estão por trás de sucessivas conspirações, utilizando mercenários estrangeiros como ponta de lança para tentar desestabilizar o país.

Mercenários em ação: prisões, armas e conspirações

As denúncias não são apenas retórica. Entre setembro de 2024 e janeiro de 2025, o governo da Venezuela anunciou a prisão de dezenas de mercenários estrangeiros, incluindo americanos, espanhóis, colombianos, peruanos, tchecos e até libaneses.

Em um dos episódios mais recentes, em 7 de janeiro de 2025, Maduro apareceu em rede nacional para confirmar a captura de sete mercenários, entre eles dois cidadãos dos EUA considerados de “alto nível”.

Meses antes, o então ministro do Interior, Diosdado Cabello, havia anunciado a prisão de outros 19 combatentes contratados, aos quais foram atribuídas 71 armas de fogo.

Caracas afirma que esses grupos planejavam ataques cibernéticos, sabotagem e até assassinatos seletivos contra o presidente e altos funcionários da ditadura.

O que é uma guerra híbrida e por que ela é perfeita para mercenários

O conceito de guerra híbrida virou manual de estratégia no século XXI. Trata-se de um tipo de conflito que mistura combate militar tradicional, insurgência, operações digitais, campanhas de desinformação, sabotagem econômica e pressão diplomática, tudo ao mesmo tempo e de forma coordenada.

O segredo está na negação plausível: operações são conduzidas de modo que o verdadeiro patrocinador possa negar qualquer envolvimento. Nesse cenário, os mercenários desempenham um papel vital, já que permitem a governos e organizações executar ações de alto risco sem comprometer tropas oficiais.

Esses combatentes atuam em sabotagem, treinamento de milícias, assassinatos seletivos, proteção de rotas ilegais e até guerra cibernética. Casos como o do Grupo Wagner, ligado à Rússia, mostraram como essa estratégia pode ser eficiente em locais como Ucrânia, Síria e países africanos.

Na América Latina, a fracassada Operação Gideón, em 2020, evidenciou como ex-militares norte-americanos e venezuelanos tentaram capturar Maduro sem qualquer vínculo oficial com Washington.

O Brasil no radar silencioso da guerra híbrida

O risco para o Brasil não é apenas teórico. A extensa e porosa fronteira em Roraima pode se tornar um corredor discreto para mercenários que desejam se infiltrar na Venezuela.

Imagine um pequeno grupo chegando a Boa Vista, misturado a refugiados, usando passaportes falsos, alugando casas discretas e movimentando dinheiro por meio de empresas de fachada.

Segundo analistas do Wilson Center, esse tipo de infiltração é plausível em cenários de guerra híbrida, justamente porque a vigilância se concentra mais em drogas e contrabando do que em operações clandestinas de grupos paramilitares.

Nesse contexto, o Brasil poderia acabar, mesmo sem admitir, funcionando como uma base invisível para operações contra Maduro, apenas fechando os olhos em momentos-chave.

Afinal, em guerras desse tipo, apoio não precisa vir em forma de armas ou tropas. Pode ser um atalho em fronteiras pouco vigiadas, informações privilegiadas ou simplesmente o silêncio cúmplice de quem finge não ver.

O tabuleiro sul-americano em risco

Hoje, a América do Sul convive com um cenário em que instabilidade política, interesses externos e recompensas milionárias se misturam em um barril de pólvora. A Venezuela é o centro dessa disputa, mas os reflexos podem chegar rapidamente ao Brasil.

Se de um lado Washington mantém a pressão máxima sobre Maduro, de outro, a presença crescente de mercenários cria um ambiente perfeito para uma guerra híbrida, em que o inimigo real é quase impossível de identificar.

Como disse certa vez o estrategista britânico Lawrence Freedman, “a guerra moderna não é mais sobre quem atira, mas sobre quem garante que o atirador chegue até o alvo”.

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