BALBINA VAI ÀS RUAS CONTRA FECHAMENTO DO HOSPITAL

A comunidade do Distrito de Balbina, atendeu ao chamado dos organizadores, participando de uma manifestação pública pacífica, contra o fechamento do Hospital da localidade. Uma passeata percorreu pelas ruas do distrito, passando em frente ao Colégio de Balbina, que encontra-se em condições precárias, sendo também, outro motivo para a mobilização.

Diante dos apelos populares a empresa Eletrobras que havia marcado a data do fechamento para 29 de março, recuou na decisão e informou que as atividades do hospital serão mantidas, enquanto se define juntamente com o poder municipal, uma solução definitiva para o caso.

A Manifestação Popular com o tema “Balbina Pede Socorro”, teve a participação das principais lideranças locais e representantes das entidades  representativas da comunidade.

Participaram:

Abertura das exposições: Prof. Léo Nascimento e Profa. Marciana Almeida

Comentários: José Barracho

Caritas Arquidiocesana de Manaus.
Movimento dos atingidos por Barragens.
AMVIB
Movimento “Levante Popular” da Juventude de Manaus.
Toda a comunidade de Balbina.
Pastorais Sociais
Representantes das Comunidades da AM 240 e Ramal da Morena
Pároco Padre Israel.
População da Vila de Balbina e Adjacências.

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A Profa. Marciana Almeida, uma das coordenadoras do movimento, assim se manifestou sobre a situação do hospital: 

UMA REFLEXÃO SOBRE A IMPORTÂNCIA DO HOSPITAL DE BALBINA

Se Balbina, o principal Distrito Geográfico de Presidente Figueiredo e Distrito de Hidroeléctrica ficasse sem seu hospital, muitas famílias não teriam mais atendimento médico imediato, ficando entregues a própria sorte. Seriam aproximadamente 10.000 pessoas, em 14 comunidades e 01 sede de Distrito com duas vilas que iriam ficar sem assistência médica, vejamos o cenário:

• Vila Balbina (Bairro Atroari e Waimiri).

Na Vila de Balbina, com uma população estimada entre 2.500 a 3.000 habitantes, dentre estes residem hoje cerca de 42 funcionários que trabalham na Usina e Hidroelétrica e estão vulneráveis a acidentes de trabalho, choques elétricos, etc. sendo necessária a existência de um Hospital para atender as demandas dos mesmos e de suas famílias. Existe também os funcionários das empresas terceirizadas, que são um bom número que prestam serviços a Usina. Na Vila residem também um bom número de pessoas idosas, pescadores, autônomos, funcionários públicos que são atendidos pela emergência do Hospital.

• 04 Comunidades do Ramal da Morena, Céu e Mar km 03, São José km 13, São Jorge km 23, Assentamento PDS km 37.

• 05 Comunidades da Calha do Rio Uatumã, Comunidades ribeirinhas de Bela Vista, Macaca Boia, Maracarana, Flechal e Barra do Jacamim.

• 03 Comunidades da AM-240, desde a Comunidade São Miguel km 50, Nossa Senhora de Nazaré km 62, Fé em Deus km 66.

Nas comunidades acima a prática da agricultura é bastante significativa, há muitos agricultores e os principais riscos relacionados ao trabalho rural que necessitam de um pronto atendimento hospitalar, são eles:

Físico
– Exposição à radiação solar intensa por longos períodos
– Exposição a ruídos altos, como motosserras, tratores e outras máquinas.
– Exposição frequente à vibração, por causa do manuseio de certas máquinas.
Biológico
– Ataques de animais peçonhentos.
– Exposição a agentes infecciosos e parasitários endêmicos que provocam doenças.
– Exposição a agentes causadores de doenças respiratórias, como ácaros, pólens, pós, etc.

Mecânico
– Acidentes com ferramentas e máquinas agrícolas.
– Acidentes com animais, como coices, mordidas e cabeçada
Organização do trabalho.
– Rotina repetitiva sem pausa ao executar determinadas tarefas, como colheita, pode causar LER/ DORT – Lesões por Esforços Repetitivos/Doenças Osteomusculares Relacionadas com o Trabalho.
Químico
– Exposição a fertilizantes químicos, agrotóxicos, produtos veterinários, venenos para controle de parasitas.

• 02 Comunidades do Lago de Balbina, Chapéu Virado, Cacaia e todos que moram no Lago de Balbina. Nessas comunidades vivem muitos pescadores e agricultores.
Os riscos com acidentes na atividade pesqueira são grandes e os pescadores necessitam de acompanhamento médico no Hospital de Balbina.
Os riscos de acidentes a que estão expostos são vários, mas podem ser reunidos nos seguintes grupos:
• Ergonômicos (problemas de postura, em geral, na coluna vertebral).
• Naturais (incidência de sol sobre a pele, friagem, ventos frios, ondas fortes).
• Físicos (lesões nas mãos e nos pés, seja por lâminas de corte ou partes duras dos peixes, espinhos de madeira).
• Problemas de Visão devido os raios solares e mergulhos constantes para retirar redes enganchadas.
Por trabalharem descalços e sem luvas, a maioria das lesões ocorrem justamente nos pés e nas mãos. Um instrumento de trabalho inseparável do pescador artesanal é o anzol, as vezes causam acidentes.
A distância de Balbina para Manaus é de 190 km e para Presidente Figueiredo cerca de 90 km.

 Por: Bosco Cordeiro

 

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