Conheça a história do Lupe, o cão que não abandonou o dono nem mesmo depois da morte no RJ
Caso aconteceu em Nova Friburgo em meados da década de 1920. No túmulo de Thirso Knust, foi feita uma escultura da posição em que o cachorro se manteve desde que ele morreu. Quem conta a história é o primo de Thirso, Maurício Knust.
Primo de Thirso, Maurício é quem carrega a memória da família e fica responsável pelos cuidados da estátua de Lupe — Foto: Julia Corson / G1
O laço entre um cachorro e seu dono pode durar até a eternidade e não é só na ficção. Em Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, uma história chama a atenção de quem visita o Cemitério São João Batista: é o caso do Lupe, um cão que não abandonou o dono nem mesmo após a morte.
O caso aconteceu em meados da década de 1920. Lupe era o companheiro fiel de Thirso Knust e, quando o dono morreu, ficou sentado em cima da sepultura, sem comer, nem beber água. Enfraquecido, acabou morrendo e foi enterrado no mesmo local que Thirso.
Para eternizar a história, o avô de Thirso mandou fazer uma estátua da posição exata em que o cão ficava. Até hoje, a sepultura atrai curiosos no Cemitério, principalmente no Dia de Finados (2).
Estátua mostra a posição que Lupe ficou desde que o dono morreu em Nova Friburgo, no RJ — Foto: Julia Corson / G1
Quem carrega todas essas lembranças é Mauricio Knust, primo de Thirso. Além de não deixar morrer a história, ele também é responsável por manter a estátua do cachorro em bom estado.
“O túmulo do Thirso passou a ser um lugar de adoração. Toda a população de Nova Friburgo ia fazer visitas ”, diz Maurício.
O primo contou que Thirso morou um tempo no Rio para servir à Marinha e depois de um acidente em que ficou surdo voltou para a cidade Natal já com o cachorro.
Como não podia ouvir, Thirso acabou morrendo atropelado por um trem porque não escutou a sirene. Segundo Maurício, o cachorro acompanhou o dono durante o sepultamento. Depois, quando todos já estavam indo embora, Lupe subiu na sepultura e ficou lá deitado.
Na época, ele diz que os coveiros chegaram a entregar o cão para um tio de Thirso, mas não adiantou. O cachorro voltou para o cemitério e continuou na mesma posição.
Como o cachorro não bebia água e nem comia, acabou ficando bastante enfraquecido e, segundo Maurício, não resistiu a uma tempestade forte que atingiu Nova Friburgo. Ele foi encontrado pelos coveiros na manhã seguinte, na mesma posição de sempre.
Estátua no Cemitério de São João Batista, em Nova Friburgo — Foto: Julia Corson / Inter TV
Para Maurício, o cachorro acabou morrendo de “amor e saudade”.
A lealdade de Lupe pelo dono fez com que Maurício também adotasse um cão, o Caramelo.
“Eu considero meu cachorro um irmão meu, ou talvez um filho. É mais ser humano que a maioria dos seres humanos. A fidelidade do cachorro eu considero fundamental na minha vida”, afirmou.
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