A morte de um menino de 10 anos ao inalar desodorante durante um desafio popular nas redes sociais levantou debates sobre a ação do produto no organismo. O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais faz alerta sobre os danos que as substâncias contidas no produto podem causar. 

De acordo com a capitã Thaise Rocha, os desodorantes aerossóis, em sua maioria, são compostos por álcool, alumínio e gases como o isobutano. “Esses gases, quando inalados, vão para o pulmão, que é um órgão super vascularizado e vão chegar rapidamente na corrente sanguínea. Esses gases se juntam aos glóbulos vermelhos e, ao invés de levar oxigênio, possibilitam uma asfixia”, explicou a militar. 

A inalação pode fazer com que a pessoa tenha uma arritmia ou uma reação alérgica, que pode ocasionar um edema de glote e, consequentemente, uma dificuldade respiratória. 

Quando a inalação acontece em um ambiente fechado, como foi o caso do menino João Victor Santos Mapa, encontrado dentro do guarda-roupa pelo irmão, os efeitos são potencializados. 

“Quanto mais fechado o ambiente, maior a probabilidade desses produtos irem direto para a corrente sanguínea. Vai muito mais produto para o organismo do que oxigênio e, com isso, o dano é maior”, completou a capitã. 

Os casos mais graves levam a pessoa à perda de consciência ou até mesmo à morte, mas os efeitos são variados e incluem irritabilidade, problemas renais, lesão cerebral irreversível e destruição de neurônios. A presença de álcool no produto pode causar também uma dependência. “É importante que os pais orientem seus filhos sobre os perigos de um comportamento imprudente como esse”, alertou Thaise. 

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