Sequestro de médico oncologista teve quatro presos, incluindo porteiro do hospital

 

A polícia detalhou como Fábio Medeiros, 47, foi mantido em cativeiro pelo grupo em um casebre no bairro da Compensa. Entre os presos está o porteiro do hospital onde o médico oncologista trabalhava

14/09/2023 
 
 
 
Da esquerda para a direita: Daniel Monteiro; Rodrigo de Souza; Thalys Gama e o porteiro Odenir Oliveira (Foto: Divulgação)

Da esquerda para a direita: Daniel Monteiro; Rodrigo de Souza; Thalys Gama e o porteiro Odenir Oliveira (Foto: Divulgação)

Quatro pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no sequestro do médico oncologista Fábio Medeiros, de 47 anos, que foi mantido em cativeiro pelo grupo na noite dessa terça-feira (12) em um casebre localizado no bairro Compensa, na zona Oeste de Manaus.

A prisão de Daniel Alves Monteiro, de 19 anos; de Odenir Pinheiro de Oliveira, de 41 anos, o porteiro do hospital privado no qual a vítima trabalhava; de Rodrigo de Carvalho de Souza, mais conhecido como Alma, de 29 anos, e de Thalys Gabriel da Costa Gama, de 21 anos, ocorreram nesta quarta-feira (13), após o resgate do médico realizado pela manhã.

De acordo com o titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), delegado Ricardo Cunha, a peça-chave das investigações era Odenir Pinheiro de Oliveira, o porteiro do hospital que por dever R$ 7 mil a um agiota do bairro Compensa indicou a vítima para o grupo de sequestradores.

“Pegamos quatro pessoas que participaram diretamente do sequestro. O líder desse grupo criminoso é o Rodrigo. Os demais participantes são pessoas que estavam no cativeiro, deram o apoio operacional no momento do sequestro e um quarto preso, peça-chave na nossa investigação é o senhor Odenir, que é o porteiro do hospital. Ele passou todas as rotinas do médico para os sequestradores”, explicou.

Odenir, além de porteiro da unidade hospitalar, recebia caronas do médico após o fim do expediente, por volta das 22 horas. De acordo com Cunha, Odenir traiu o próprio colega de trabalho. “Esse médico era o último a deixar o hospital, era uma pessoa que se dedicava bastante para a sociedade e ele deixava o seu Odenir todos os dias em casa. Então foi uma traição de um amigo, digamos assim”, complementou a autoridade.

 

O médico oncologista Fábio Medeiros (Foto: Divulgação)

O médico oncologista Fábio Medeiros (Foto: Divulgação)

Dia do sequestro

Com a ajuda de Odenir, o grupo passou a estudar a rotina da vítima que foi sequestrada na noite desta terça-feira (12), quando deixava o local de trabalho.

“No dia do crime, esse médico foi abordado por esses indivíduos no pátio do hospital situado no Parque 10 de Novembro. Ele foi abordado por quatro indivíduos que rapidamente o encapuzaram, colocaram dentro de um veículo. Um outro grupo de mais três pessoas pegou o veículo desse médico e se desfez rapidamente em outro local. O grupo que estava com o médico, o levou para um cativeiro localizado no bairro Compensa e lá eles o detiveram por 13 horas”, complementou Cunha.

Ainda segundo o delegado, o grupo chegou a pedir R$ 150 mil pelo resgate do médico. Entretanto, o resgate foi realizado antes que as transferências pudessem ser realizadas. O carro da vítima chegou a ser recuperado posteriormente.

“E em seguida quando soubemos desse sequestro ainda de noite, os familiares nos procuraram, foi quando iniciamos as investigações. Passamos a monitorar os locais onde o médico andou e descobrimos através de nossa inteligência, o cativeiro e foi quando informamos o nosso delegado geral adjunto que determinou que a equipe da Core fizesse um estudo tático para fazer a extração dessa vítima em segurança”.

Manhã de resgate

Na manhã desta quarta-feira (13), a vítima havia sido resgatada pela Polícia Civil do Amazonas. De acordo com o diretor da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), delegado Juan Valério, com cautela a equipe realizou o resgate do médico que estava em um quarto do casebre, amarrado e com olhos vendados. Ainda segundo a autoridade, a vítima chegou a ser agredida.

“Conseguimos vasculhar diversas casas e principalmente, identificar a casa mais suspeita. A segunda etapa da nossa ação foi o adentramento dessa casa sem oferecer risco para o médico e evitar qualquer tipo de disparo”, disse.

“Conseguimos entrar rapidamente na casa, o indivíduo no primeiro momento empreendeu fuga, mas depois foram presos pela Homicídios. E aí conseguimos chegar até o médico. Ele estava no quarto, estava amarrado com os olhos vendados e fizemos a extração dele sem nenhum dano. Nessa ação não efetuamos nenhum disparo de arma de fogo. A ação foi exitosa”, finalizou ele.

Daniel, Odenir, Rodrigo e Thalys responderão por extorsão mediante sequestro e ficarão à disposição da Justiça. Três do quarteto preso têm outras passagens pela Polícia, menos Odenir, que atuava no hospital particular.

Procurados

Bruno Brito de Souza, conhecido como “Bruninho”; Emerson Paula Coutinho Junior, conhecido como “Coutinho”; Marcelo de Souza Azevedo; e Renata Suellen Pereira da Silva, estão sendo procurados por envolvimento na ação criminosa.

Para informações sobre os procurados, a DEHS disponibiliza o disque denúncia através do número (92) 98118-9535 ou o 181, da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM).

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