Sabino Castelo Branco é um dos envolvidos nos desvios da operação Cashback, diz PF
Deputado é dono de empresa que firmava contrato com o Instituto Novos Caminhos, segundo inquérito. Prisão não foi pedida por conta do estado de saúde do parlamentar
O deputado federal Sabino Castelo Branco (PTB) é um dos envolvidos no esquema descoberto pela operação Cashback, deflagrada nesta quinta-feira pela Polícia Federal (PF) em Manaus.O esquema, conforme o levantamento, desviou um montante estimado de R$ 140 milhões dos cofres públicos.
Na operação, já foram presos o empresário Sérgio Bringel e o advogado Lino Chíxaro. Outras oito pessoas também estão na cadeia e seis mandados ainda restam ser cumpridos, incluindo o de Murad Aziz, empresário e irmão do senador Omar Aziz.
De acordo com o inquérito 4523, da Polícia Federal, o deputado era o real beneficiário dos recursos públicos federais desviados por meio da empresa Confiança Segurança Patrimonial, que mantinha contratos com o Instituto Novos Caminhos (INC), de propriedade do empresário Mouhamad Moustafa, apontado como líder da organização criminosa descoberta na Operação Maus Caminhos.
Segundo o delegado federal Alexandre Teixeira, a operação de hoje representa a quarta fase da operação Maus Caminhos e detectou outras empresas envolvidas no esquema que desviava recursos da saúde pública no Amazonas. “É uma nova fase, trata de outros empresários e crimes como peculato, tráfico de influência, falsidade ideológica – pois eram fraudadas notas fiscais – e lavagem de dinheiro”, destacou o delegado.
De acordo com ele, não houve pedido de prisão de Sabino Castelo Branco por motivos de saúde. O deputado federal está internado há mais de um ano, depois de sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC). “É do conhecimento de todos que ele está em situação grave de saúde e por isso não poderia interferir nas investigações. Não há porque discutir a prisão de uma pessoa nestas condições”, sustentou o delegado.
As investigações identificaram que, em abril de 2015, a CSP efetuou um saque bancário de R$ 2,5 milhões. “Como — indaga-se — uma empresa que apenas tinha contrato com o INC consegue sacar em abril de 2015 o equivalente a todo o valor que ela receberia de outubro de 2014 a maio de 2016?”, aponta o inquérito.
As investigações, baseadas em uma delação premiada, apontam ainda que a relação entre Mouhamad e Sabino ficaram estremecidas porque o deputado licenciado queria que Mouhamad passasse a empresa Total Saúde – envolvida na primeira fase da Maus Caminhos – para o nome do próprio parlamentar. Ele só teria desistido, conforme o inquérito, por intervenção de Omar Aziz, ex-governador, atual senador e irmão de Murad Aziz, um dos presos na investigação.
Fonte: https://www.acritica.com/channels/manaus/news/sabino-castelo-branco-e-um-dos-envolvidos-nos-desvios-da-operacao-cashback