‘Era saudável, diziam que já estava melhorando’, diz família de músico de 43 anos morto por coronavírus em Manaus
Músico passou mal e foi internado no dia 20 de março. Ele morreu na noite desta segunda-feira (30) em Manaus.
Binho Lopes era músico e faleceu nesta segunda-feira — Foto: Arquivo pessoal
A segunda vítima do novo coronavírus no Amazonas foi sepultada na manhã desta terça-feira (31), em Manaus. Conhecido como Binho, Robson de Souza Lopes, de 43 anos, morreu na noite desta segunda-feira (30) após passar dez dias internados no Hospital e Pronto-Socorro Delphina Abdel Aziz. Emocionados, familiares disseram que o músico era saudável e não fazia parte do grupo de risco. A expectativa era de uma alta em breve.
Ao G1, a cunhada da vítima, Lúcia Noronha, explicou que no fim da manhã do dia 20 de março, o músico passou mal e logo foi internado na unidade hospitalar, que é referência para atender os casos do Covid-19 em Manaus. Ela disse que Binho não apresentava nenhum tipo de problema de saúde. Apenas teve asma quando criança.
“O quadro de saúde dele todo dia apresentava melhoras. Todo dia os médicos nos deixavam esperançosos. Ontem, o próprio enfermeiro falou pra mim: ‘ele foi o primeiro paciente confirmado do Covid no Delphina e internado em UTI, e vai ser o primeiro a sair daqui curado’. Ele era saudável. Diziam que já estava melhorando”, completou.
Por ter formação em assistência social, Lúcia era a única pessoa da família que acompanhava, de dentro do hospital, o estado de saúde do cunhado. A rotina da família mudou desde o dia 20 de março. Ela contou que a irmã – esposa da vítima – ia para a unidade hospitalar, mas aguardava ao lado de fora por não ter condições psicológicas de ver o marido internado.
“Não era diabético ou hipertenso, uma pessoa saudável. Não bebia, não fumava. O único vício dele era a música. Ele também não viajou. Apenas fomos para Presidente Figueiredo no dia 15. Eu fui, a esposa dele e os dois filhos”, disse.
No entanto, na noite desta segunda-feira (30), o músico não resistiu e faleceu. Na manhã desta terça, emocionada, a assistente social lamentou a morte do cunhado. Uma das dores, ela conta, foi não poder se despedir apropriadamente.
O carro da funerária chegou ao hospital às 10h com os agentes utilizando Equipamentos de proteção individual (EPIs). O processo de remoção do corpo do local durou cerca de 20 minutos. O cortejo saiu da unidade em direção ao Cemitério Tarumã, onde o corpo da vítima foi enterrado. O protocolo é adotado seguindo recomendações da Anvisa.
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