Manaus tem surto de esporotricose com 22 casos suspeitos

 

Conforme dados da Semsa, foram registrados casos nos bairros São Raimundo e Glória. A doença infecciosa transmitida por fungos preocupa donos de gatos

 
A esporotricose é uma doença crônica e esporádica causada por um fungo presente no solo e na vegetação | Foto: Valdo Leão / Semcom

Manaus – Após o alerta da prefeitura de Manaus na última sexta-feira (11) sobre registro de esporotricose animal na cidade, aumenta para mais quatro os casos da doença, além de 22 suspeitas que aguardam resultado de exame. As localidades mais afetadas são os bairros como Glória e São Raimundo, conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), nesta segunda-feira (14). 

A esporotricose é uma doença crônica e esporádica causada por um fungo presente no solo e na vegetação. A doença, que é desconhecida por parte da população, pode atingir humanos e animais, principalmente gatos. 

A infectologista Ana Galdina explicou que a doença pode atingir animais de pequeno porte e também seres humanos. Um dos principais sintomas em ambos os casos é o aparecimento de lesões vermelhas que podem evoluir para feridas que não cicatrizam.

“Esta é uma doença de animais, mas o ser humano também entra no ciclo. A esporotricose acomete principalmente animais de pequeno porte e temos o gato como um dos principais vetores da doença”, explicou. 

O dermatólogo veterinário George Viana destaca que entre os sintomas clínicos da doença em animais e seres humanos estão as leses na pele. “Sinais clínicos nos animais são lesões em ponta de nariz e orelhas, apatia, secreção nasal ou ocular. Nos humanos há lesões ulcerativas na pele”, afirmou.  

Transmissão

As lesões iniciam com caroço, que pode se tornar uma ferida com difícil cicatrização. Em pessoas, a doença pode atingir a pele e até uma parte mais profunda, resultando em uma lesão única ou múltiplas, iniciando pelo local onde o fungo penetrou. 

Galdina conta que o contágio da doença ocorre quando o animal transmite o fungo por arranhadura na pele humana ou quando lambe alguma parte ferida do corpo humano.

“O contágio da doença ocorre quando o animal introduz uma arranhadura na pele humana. Não podemos deixar de considerar quando o animal lambe uma ferida e também alguma parte do ser humano com ferimento”, revelou. 

O veterinário salientou ainda que a falta de informação pode resultar no medo da doença e com isso o abandono do animal. Mas o especialista alerta que a doença tem tratamento e que donos de pets devem procurar por médicos veterinários caso haja algum sintoma.

“A falta de informação e os erros das mídias fazem com que os proprietários tenham medo da doença e com isso abandonem seus animais. Esporotricose tem cura. Procure sempre um médico veterinário”, pontuou.

Doença preocupa donos de gatos

A ocorrência de casos de esporotricose animal, em Manaus, tem preocupado tutores de gatos e cachorros na capital amazonense. A promotora de vendas Laura Maia diz que redobrou os cuidados. Ela deixa os pets dentro de casa e sem contato com ambiente externo, além de ter a própria areia higiênica. 

Laura mantém a rotina higiênica de seu animação de estimação em dia, além de evitar coloca-la em ambientes externos
Laura mantém a rotina higiênica de seu animação de estimação em dia, além de evitar coloca-la em ambientes externos | Foto: Arquivo Pessoal

“Eles não têm acesso à rua, é uma maneira de prevenir. Sem contato com animal externo para não ter problema de contaminação”, comentou. 

Jenifer mantém os cuidados higiênicos do seu gatinho de estimação em dias para evitar a doença
Jenifer mantém os cuidados higiênicos do seu gatinho de estimação em dias para evitar a doença | Foto: Arquivo Pessoal

A estudante de relações públicas Jenifer Costa, relatou que tem tomado os devidos cuidados higiênicos para que o seu gatinho esteja seguro.

“Não deixo ele ir para a rua e a areia higiênica é limpada e trocada todos os dias. Não deixo eles sujos e mantenho a vacina em dia. É o básico para os cuidados dele”, explicou. 

Tratamento

A doença tem três fases distintas dependendo da sua progressão
A doença tem três fases distintas dependendo da sua progressão | Foto: Valdo Leão / Semcom

O tratamento deve ser realizado após a avaliação clínica, com orientação e acompanhamento médico. A duração do tratamento pode variar de três a seis meses, ou até mesmo um ano, até a cura do indivíduo. 

Quais as fases da doença? 

Conhecida também como doença de roseira, é causada por um fungo chamado Sporothrix spp podendo ter três fases distintas de acordo com sua progressão, são elas: 

Cutânea localizada: com lesões nodulares e avermelhadas na pele do animal;

Cutânea linfática: quando a infecção progride formando úlceras na pele e atinge o sistema linfático do animal;

Cutânea disseminada: quando a doença atinge o estado mais grave em que todo organismo do animal fica afetado 

As úlceras podem ficar piores e resultar na forma extracutânea, acometendo outros sistemas como articulações, ossos e pulmões 

Ações da Prefeitura

A Semsa informou que vem realizando visitas nos locais afetados com avaliação dos animais e educação em saúde, além de agendamento de castração dos animais sadios da área. A pasta informou que tem um canal de atendimento de animais suspeitos e orientação por meio do 0800 e do telefone institucional do CCZ. 

Animais com suspeita da doença não devem ser abandonados. Em situação de óbito, os animais não devem ser incinerados ou enterrados, para evitar que o fungo se espalhe no solo e acometa outros animais.

Proprietário de animais com suspeita da doença deve buscar orientações no CCZ, por meio dos telefones 0800 280 8 280 (segunda a sexta-feira horário comercial) ou 98842-8359 / 98842-8484 ou pelo mail cczcidadao@pmm.am.gov.br.

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