Advogada é baleada por cliente que não queria pagá-la

 

CAMPO DOS GOYTACAZES (RJ) – A advogada Nayara Gomes, 27, que desarmou um cliente que invadiu seu escritório na tarde de quarta-feira (26), em Campos dos Goytacazes (RJ), contou que, mesmo após ser baleada, conseguiu imobilizar o atirador e retirar a arma da mão dele. Nayara afirmou que chegou a apontar o revólver para o cliente.

“Peguei a arma e apontei pra testa dele e não puxei o gatilho. Falei: ‘você está acabando com a sua vida’, e joguei a arma para a escada. Na minha concepção, ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém. Mesmo em legítima defesa. Pensei na família dele e não queria carregar uma morte nas minhas costas, no meu coração”, disse Nayara.

Antes disso, o homem, identificado como Diego Dorado, apontou a arma para Nayara, que se levantou rapidamente e entrou em luta corporal com ele —neste momento, a arma disparou quatro vezes. Três dos disparos atingiram a mulher no peito, no braço e nas mãos. Preso em flagrante, ele foi indiciado por tentativa de homicídio.

“Quando virei, ele me enforcou e eu segurei a genitália dele e coloquei meus dedos nos olhos dele. Ele falou: ‘se você me deixar ir embora, eu te solto’. Fiz que sim e, quando ele me largou, saí correndo. No corredor, pedi para segurarem ele, pois não estava mais armado.”

Internada em um hospital particular na região, Nayara relatou que o dedão da mão direita precisou passar por uma reconstrução —segundo os médicos, é possível que ela perca o movimento do dedo. O estado de saúde dela é considerado estável. Ela precisará passar por uma cirurgia para retirada de duas balas que ficaram alojadas no peito e no braço.

Nayara contou ainda que Diogo era estudante de Direito e explicou que ela trabalhava há dois anos no inventário do qual ele é um dos beneficiários. Segundo ela, Dorado receberia 60% dos bens deixados pelo pai, que morreu de forma acidental, e a madrasta dele receberia o restante.

De acordo com a advogada, trata-se de um inventário com diversos imóveis em bairros nobres do Rio de Janeiro, como Leblon, Botafogo, na zona sul, e também no centro da cidade. Segundo ela, o valor acordado de honorários está abaixo do recomendado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e é irrisório perante os bens deixados.

“Esse processo ficou em R$ 160 mil, já tinha passado por diversos advogados, e entendi que ele me procurou porque facilitei o pagamento para ele. Ele chegou a me pagar R$ 2.000 de forma parcelada e, quando chegou no final do processo, ele falou que não queria mais que trabalhasse para ele. Falei que ele poderia revogar o contrato, mas que ele teria que pagar pelo meu trabalho. Não trabalhei de graça, é minha profissão. Ele me desejou boa sorte para receber [os valores].”

Ontem, Dorado chegou à sala da advogada, sem avisar, e anunciando que estava lá para revogar o contrato firmado entre eles —neste momento, ele puxou a arma de dentro de uma bolsa e apontou para Nayara.

 
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