12 anos de prisão: paraense escapa da morte na Indonésia

 

A Indonésia é um dos 33 países no mundo que utilizam pena de morte para pessoas que cometem crimes relacionados às drogas.

Manuela Vitória de Araújo, de 19 anos, está no presídio feminino de Kerobokan. | ( Reprodução )

Nesta terça-feira (23), a justiça da Indonésia descartou a possibilidade de pena de morte ou prisão pérpetua para a paraense Manuela Vitória de Araújo Farias, de 19 anos, presa no presídio feminino de Kerobokan sob a acusação de tentar entrar no país com 3,9kg de cocaína. O Ministério Público da Indonésia pediu 12 anos de prisão para a brasileira. A audiência para as alegações finais da defesa está marcada para a próxima terça-feira (30).

A família de Manuela temia uma possível condenação à prisão perpétua ou pena de morte.

Na tentativa de tentar livrar a cliente dessas punições, o advogado Davi Lira da Silva, que auxilia os familiares em Belém, alega que Manuela foi usada como “mula” por uma organização criminosa de Santa Catarina, e não sabia o que levava nas malas ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Bali, no dia 31 de dezembro.

Segundo o defensor, mesmo recebendo a promessa de que receberia aulas gratuitas de surfe em Bali, a paraense teria tentado desistir da viagem. No entanto, voltou atrás ao ser informada de que teria que quitar uma dívida de R$ 20 mil, uma vez que as passagens aéreas e as aulas já estariam pagas.

A Indonésia é um dos 33 países no mundo que utilizam pena de morte para pessoas que cometem crimes relacionados às drogas.

Em 2015, dois brasileiros foram executados por fuzilamento na Indonésia por tráfico internacional de drogas. Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, que havia sido preso em 2003, com 13,4kg de cocaína escondidos em uma asa delta, foi executado em janeiro daquele ano. Já Rodrigo Muxfeldt Gularte, de 42 anos, foi morto em maio, 11 anos depois de ter sido preso com 6kg de cocaína em uma prancha de surfe.

Relembre o caso

A prisão de Manuela ocorreu na virada do ano, no aeroporto Internacional de Bali, na Indonésia.

O chefe da polícia de Bali, inspetor-geral Putu Jayan Danu Putra, afirmou, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (27), que, inicialmente, os oficiais da Alfândega e Impostos do aeroporto suspeitaram de cidadãos brasileiros que chegaram usando um avião da Qatar Airways.

Os policiais verificaram imediatamente as duas malas trazidas pela mulher.

Segundo ele, na primeira mala foram encontrados dois pacotes de cocaína, cada um com peso líquido em torno de 990 gramas e 637 gramas.

Já na segunda mala, foram encontrados três pacotes de cocaína, cada um com peso líquido de 891 gramas, 711 gramas e 379 gramas.

O diretor de pesquisa de drogas da polícia de Bali, Kombes Iwan Eka Putra, disse que a brasileira estava sendo usada por redes de tráfico de drogas em seu país. Segundo ele, a mulher afirmou não saber quais pacotes havia nas duas malas.

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