Comunidade Maracarana Enfrenta Seca Severíssima e Luta Para Garantir Acesso ao Rio Uatumã

 

A comunidade do Maracarana, localizada na margem esquerda do rio Uatumã, em Presidente Figueiredo, está vivenciando uma crise hídrica sem precedentes. A seca severa que afeta a região tem dificultado a vida de seus  moradores (45 famílias), que enfrentam sérias dificuldades para manter o acesso e a mobilidade dentro de um lago onde vivem.

Para chegar à comunidade, que está situada a 200 km de distância em linha reta de Presidente Figueiredo, é necessário um longo trajeto de 8 a 9 horas de barco, saindo do porto da Comunidade da Morena (Vila de Balbina). E, neste momento, a situação se agravou. A escassez de água, consequência da estiagem que atinge diversas áreas do rio Amazonas, impede que os moradores se locomovam com facilidade dentro do lago, que normalmente serve como meio de transporte e fonte de recursos para a comunidade.

A solução encontrada pelos comunitários tem sido a construção de uma pequena barragem na boca do Maracarana, com o objetivo de represar a água dentro do lago, trabalho esse que foi realizado mas parte dele se rompeu. O projeto é simples, mas de extrema importância: ao impedir que a água saia, eles esperam acumular o suficiente para que o nível do lago se mantenha alto, permitindo que as canoas, essenciais para a locomoção e o transporte de produção, ainda possam ser usadas. Isso é fundamental, já que dentro do lago existem várias nascentes que ajudam a alimentar o reservatório de água.

A construção da barragem está sendo feita de forma colaborativa, com a participação ativa dos moradores. Eles se reúnem para encher sacos de areia e reforçar a estrutura que impede a água de escapar. A preocupação é grande: se a barragem falhar, o nível do lago cairá e a mobilidade da comunidade ficará ainda mais comprometida, prejudicando o acesso à produção e ao sustento local.

Lago em tempo de cheia

Além das dificuldades com o lago, os moradores também enfrentam problemas com a infraestrutura. Para melhorar o acesso à canoa, foi construída uma ponte improvisada, que permite que os moradores saiam da comunidade para alcançar a água. Porém, as distâncias e o isolamento da região continuam a ser um grande obstáculo para o dia a dia da população.

Maria Garcia, guia local, tem buscado divulgar a situação através de suas redes sociais e contatos telefônicos. Ela tem utilizado o Instagram, @marytuor.pf, e o telefone (92) 98616-3790, para alertar sobre as dificuldades enfrentadas e pedir apoio para a situação, que já está insustentável para muitas famílias.

A luta pela sobrevivência continua, e a esperança dos moradores está na força da união comunitária e na solidariedade que pode ajudar a superar esse momento de escassez.

Por: Bosco Cordeiro

 

error

Enjoy this blog? Please spread the word :)