Câmeras de segurança mostram disparos de assassinato no Porão do Alemão
Vídeo mostra início da discussão, com soco de advogado em delegado, que sacou a arma em seguida e disparou à queima-roupa contra a vítima
Vídeos do circuito interno do Porão do Alemão, a que a reportagem de A Crítica teve acesso, mostram o início da briga entre o delegado Gustavo Sotero e o advogado Wilson Justo Filho. O advogado acabou morto após levar tiros no abdômen, disparados pelo policial.
As imagens mostram o momento em que Gustavo aparece bebendo e olha em direção a Fabíola Oliveira, esposa do advogado, e aparenta falar algo para ela. Wilson, então, sai de onde estava, atrás da esposa, e os dois conversam, enquanto as pessoas em volta curtem o show que acontecia no palco. O advogado, então, dá um soco no rosto do delegado e volta para o lado da esposa. O policial, então, saca a arma e dispara contra o advogado. Todas as pessoas se afastam e a mulher de Wilson aparece caída.
Wilson, então, volta a aparecer no vídeo indo para cima do delegado, que segue com a arma em punho. No chão, Fabíola se arrasta e estende as mãos pedindo para Gustavo parar. O vídeo é cortado em seguida e não mostra o momento em que o delegado efetua os disparos que tiraram a vida do advogado.
Em seu depoimento, o delegado diz que agiu em legítima defesa e que efetuou “disparos necessários para pôr fim à agressão sofrida”. Ele alega também que chegou a ser agredido por várias pessoas, algo que não aparece nas imagens.
Questionado durante a manhã sobre o depoimento do delegado, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Amazonas (OAB-AM), Marco Aurélio Choy, refutou a possibilidade de legítima defesa. “Me parece que a legítima defesa ela exige uma reação proporcional. Se você recebeu um soco, você dá outro soco na pessoa, e não dá quatro tiros com uma pistola do estado”, afirmou Choy, ressaltando que Gustavo Sotero só não efetuou mais disparos porque a arma, uma pistola Taurus .40, travou.