Após cinco anos internado no Hospital Infantil Dr. Fajardo (HIDF), o jovem Fábio da Silva Cardoso, de 19 anos, está sendo transferido para um hospital geral, o da Fundação Hospital Adriano Jorge (FHAJ), onde receberá atendimento especializado de acordo com necessidades referentes à sua idade.  Durante o último dia de Fábio na unidade, os profissionais responsáveis pelos cuidados do paciente fizeram uma despedida com direito a bolo e balões para demonstrar o carinho pelo jovem.

Segundo o diretor do Hospital Dr. Fajardo, Aly Ballut, a transferência de Fábio para a FHAJ é necessária para que ele tenha um melhor acompanhamento. “Ele completou 19 anos, e o hospital não comporta mais o tratamento que ele precisa, mas graças ao apoio da Susam (Secretaria de Estado de Saúde), conseguimos os equipamentos necessários para que ele tenha mais qualidade de vida no Adriano Jorge”.

A assistente social Deritelma Noronha faz parte da equipe multidisciplinar que cuidava no Fábio no HIDF, e foi uma das responsáveis que o ajudaram no processo de transferência. “Foram vários momentos de conversa, acolhimento, orientação e esclarecimentos para ele. Há mais de um ano que nós estamos trabalhando junto à equipe psicossocial, para que o Fábio tivesse um maior esclarecimento sobre a importância de sua transferência para um hospital que atendesse suas necessidades de paciente”.

De acordo com a assistente social, o hospital infantil já não comportava o tratamento de Fábio.  “Tudo aqui é voltado para o atendimento de crianças. Os médicos e demais profissionais são especialistas em atendimento pediátrico, e até as medicações que o hospital recebe são pediátricas. E toda vez que o Fábio precisava de um atendimento especializado, precisávamos chamar um profissional de outras unidades. Agora, com a transferência, ele terá esses profissionais à disposição dele”.

Acidente – Fábio vive no hospital desde 2015, quando sofreu um acidente na comunidade Philadélfia, localizado no município de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus). Ele caiu de uma árvore, fraturou a coluna e perdeu os movimentos dos membros, necessitando de cuidados específicos.  “No início foi difícil me acostumar a viver no quarto do hospital, mas com um tempo eu aprendi a conviver com todos”, conta Fábio, que fala baixo por conta do respirador mecânico.

Sem abrir mão dos estudos – Mesmo morando no hospital, Fábio consegue manter os estudos. Matriculado no 1° ano do Ensino Médio de uma escola da rede estadual de ensino, ele recebe três vezes por semana, aulas especiais com uma professora. A expectativa é que no próximo ano ele receba autorização para fazer as provas de SIS (Sistema de Ingresso Seriado) e PSC (Processo Seletivo Contínuo) e pode manter o sonho de fazer faculdade de Engenharia.