‘Não carrego nem meu filho’, diz motorista a mãe de cadeirante no AM

 

Úrsula sentiu indignação quando precisou embarcar o filho com deficiência em ônibus que estava com a plataforma quebrada

 
Segunda ela, ao tentar subir no coletivo carregando o filho de 16 anos sozinha e o motorista ainda arrancou o veículo | Foto: Arquivo Pessoal

Manaus- Não é de hoje que Úrsula Souza sofre com a qualidade do serviço de transporte público em Manaus tendo um filho cadeirante, segundo relato dela, ao PORTAL EM TEMPO. Essa semana, o problema chegou em uma situação extrema. Além dos ônibus com acessibilidade estarem quebrados e os elevadores não funcionarem, a mãe relatou o problema com o atendimento dos motoristas e cobradores da linha 212. Segunda ela, ao tentar  subir no coletivo carregando o filho de 16 anos sozinha e o motorista ainda arrancou o veículo sem esperar os dois estarem prontos para partir em segurança.

Aflita, a mãe do adolescente Gabriel Souza, contou que ligou inúmeras vezes reclamando para empresa São Pedro, responsável pela linha , para relatar a situação. Sem sucesso, decidiu fazer um desabafo na internet em seu perfil nas redes sociais. Em seu relato, Úrsula descreve o que passou na última terça-feira (18).

“Meu filho é cadeirante, tem paralisia cerebral e apneia. Um motorista se negou a levar meu filho alegando que o elevador estava quebrado e logo em seguida colocou o pé no acelerador e já ia saindo. Foi quando eu bati na lateral do carro e disse que ele iria levar sim. Ele não me ajudou a carregar meu filho e ainda disse que não carregava nem o filho dele. O motorista seguiu dizendo que não tinha culpa da situação dos ônibus. Fico indignada com tanto descaso com as pessoas com deficiência. Estou muito triste”, declarou a mãe.

A mãe disse que há anos sofre com isso, mas que não sabe mais o que fazer , afinal ela precisa do serviço de transporte para se locomover com o filho.

“Se eu tivesse condições, sempre iria de aplicativo, mas não tenho. Estou fazendo essa denúncia porque conheço o direito do meu filho. Se existe o local para cadeirantes no ônibus, isso precisa ser consertado. Essa não foi a primeira vez que aconteceu uma situação semelhante. Nesse mês já aconteceu duas vezes. Por isso procurei um advogado para pedir orientação sobre processo”, disse Ursula. 

Posicionamento do órgão

Procuramos o Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) e, sobre este caso, o instituto afirmou que essa situação será encaminhada ao setor responsável do órgão e que irá comunicar a denúncia à empresa responsável pela linha. Que conforme for poderá tomar as providências cabíveis.

O IMMU, ressalta que todas as denúncias encaminhadas ao órgão são apuradas e divulgou que casos sobre mal atendimento no transporte coletivo podem ser relatados ao Whatsapp (92) 98802-3504.

https://d.emtempo.com.br/

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