Prejuízo de quase 100% permanece para o setor do turismo no Amazonas

 

Sobrevivendo em meio à crise sanitária e financeira, agentes turísticos amazonenses continuam sofrendo com a perda no faturamento

Há dois anos atrás, o Amazonas recebeu quase 10 mil turistas; hoje, as belezas naturais da região estão praticamente sem admiradores | 

Manaus – O setor do turismo no Amazonas estava em crescimento em 2019, até que foi atingido pela pandemia da Covid-19 em 2020 e foi duramente afetado. Agora, com a chegada do novo ano e da “nova onda” do coronavírus no estado, a situação continua crítica para o segmento. De acordo com agências de viagens na capital, o prejuízo mantém-se em quase 100% e as belezas naturais da região amazônica permanecem sem receber turistas e admiradores.

Há dois anos atrás, em 2019, o Amazonas recebeu quase 10 mil turistas no primeiro semestre – em comparação com o mesmo período do ano anterior. O aumento, registrado pela Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur), foi de 2,95%. Contudo, com a chegada do ano da pandemia, a primeira queda foi de 66%, até atingir 100% de redução na movimentação e nas vendas de pacotes de viagens e passeios, segundo os agentes amazonenses.

Sobrevivendo em meio à crise, os agentes de turismo e de viagem da capital buscam manter a esperança, principalmente na vacinação em massa no país. Com isso, o crescimento não seria linear, de acordo com os profissionais da área, mas aos poucos traria de volta a normalidade para o setor turístico em cada região do Brasil. 

O diretor executivo da Rogertur Agência de Turismo, Ilson Rogério, relata a instabilidade que existe atualmente no segmento do turismo amazonense e como está driblando as dificuldades da crise.

“A situação está complicada. Nossa operação está apenas com 50%, com todos os pontos com limitações de recebimento de pessoas. A procura pelos passeios caíram em 90%. A pandemia não foi embora, as coisas ainda estão muito recentes, nem todo mundo está vacinado. Então, pro setor turístico é um estado de calamidade”, relata o agente.

Rogério revela que acreditava que, após um ano de pandemia, tudo seria diferente. No entanto, não foi o que aconteceu. Para ele, as expectativas não são positivas para o setor.

 

A crise econômica provocada pelas medidas de restrições para conter a Covid-19 tiraram R$ 261 bilhões do turismo brasileiro em 2020
A crise econômica provocada pelas medidas de restrições para conter a Covid-19 tiraram R$ 261 bilhões do turismo brasileiro em 2020 | Foto: Divulgação

“Há mais de um ano que não operamos com a mesma frequência e que a pandemia está no mundo. Imagina o guia turístico mais de um ano sem trabalhar? Com a agência de turismo parada, com contas de internet, contas de aluguel. É imensurável o prejuízo de estarmos sem operar e sem previsão de quando iremos voltar. A nossa classe foi a mais atingida e, infelizmente, os agentes estão passando necessidade”, desabafa o diretor. 

Levando em conta todo o setor, a crise econômica provocada pelas medidas de restrições para conter a Covid-19 tiraram R$ 261 bilhões do turismo brasileiro em 2020, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A perda de empregos no segmento é estimada em 1 milhão de vagas – incluindo funcionários diretos e indiretos, de outras empresas que prestam serviços relacionados à atividade.

O agente turístico espera que no segundo semestre o segmento possa voltar a crescer no estado, mantendo os cuidados com a Covid-19, entendendo que a doença não irá sumir de uma hora para outra. Por isso, Rogério já tem alguns pacotes de viagens programados. Se tudo der certo, ele poderá conseguir um pouco da sua renda de volta.

“O que nós temos, como ser humano e como profissional, é a fé. Temos fé de que as coisas vão melhorar. E já temos excursões programadas para o segundo semestre para outros estados, porque estamos acreditando que as coisas vão melhorar, os casos vão diminuir. Lógico que ninguém espera que esse vírus evapore de uma hora pra outra, mas estamos esperançosos de que os casos vão diminuir”, salienta o agente.

Plano emergencial

Em nota ao Portal EM TEMPO, a Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur) afirma que já está elaborando um plano emergencial para a recuperação do turismo no estado, juntamente com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O plano está sendo dividido em três fases: Resposta, Estabilização e Retomada.

 

O plano é dividido em três fases: Resposta, Estabilização e Retomada
O plano é dividido em três fases: Resposta, Estabilização e Retomada | Foto: Divulgação

“O plano é dividido em três fases: Resposta, Estabilização e Retomada. A primeira fase visa criar condições econômicas para sobrevivência dos estabelecimentos e dos trabalhadores durante o período mais grave da crise. A ‘Estabilização’ vai buscar preparar e treinar pessoas para o ‘novo normal’, e a terceira etapa terá como foco promover campanha de imagem e ação promocional pós-estabilização, com foco na retomada e aceleração do turismo doméstico e preparação para retomada do turismo internacional”, ressaltaram em nota. 

Dados alarmantes

Em janeiro deste ano, com a “nova onda” de casos no Brasil, o setor turístico registrou queda de quase um terço (30,2%) no faturamento, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Em números absolutos, o prejuízo foi da ordem de R$ 4,5 bilhões. Os dados são do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP).

https://d.emtempo.com.br/

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