Jovem de 18 anos suspeito de fraudar Auxílio Emergencial vivia em hotéis de alto padrão em São Paulo

Dinheiro foi apreendido na região de Itapetininga durante operação contra desvio do Auxílio Emergencial — Foto: Polícia Federal/Divulgação

O jovem de 18 anos que foi preso na sexta-feira (16) durante uma operação da Polícia Federal na cidade de São Paulo (SP), vivia em hotéis de luxo para usar redes de wi-fi e cometer fraudes no Auxílio Emergencial.

O suspeito é de Tatuí (SP), mas estava hospedado em um hotel de luxo na capital paulista quando foi preso preventivamente. De acordo com a Polícia Federal, ele é apontado como o principal responsável pelo esquema.

As investigações apontam que o jovem começou a cometer os crimes quando ainda era menor de idade. Até agora, o prejuízo causado pelo esquema chegou a R$ 600 mil, mas segundo estimativas da PF, pode passar de milhões, já que muitas vítimas não procuram a polícia para contestar o furto do dinheiro.

Para a polícia, os investigados nas operações estão entre os maiores fraudadores do Auxílio Emergencial já identificados no país.

Segundo investigações, com o dinheiro obtido pela fraude, os investigados compraram carros, motos e imóveis. A Polícia Federal divulgou que a organização criminosa criou um sistema que, em horas, consegue levantar dois mil CPFs do sistema da Caixa Econômica Federal. Com as informações, os bandidos solicitavam o Auxílio Emergencial.

Jovem de Tatuí é preso por envolvimento em esquema de fraudes no Auxílio Emergencial
 
No hotel onde o jovem estava foi apreendido um computador, que estava ligado a um robô que aplicava o golpe.

O suspeito usava as redes dos hotéis para evitar ser localizado e ainda apresentava documentos falsos para abrir contas e desviar o dinheiro. Chips de celulares também eram utilizados no esquema.

A investigação mostrou que os criminosos vendiam esse sistema até para outros estados.

 

Mais envolvidos

 

Agora, a Polícia Federal vai investigar o envolvimento da família do suspeito. Na casa da mãe dele foram apreendidos R$ 145 mil, uma moto, máquinas de cartão, celulares e equipamentos eletrônicos.

 

“Há mais de seis meses ele vem atuando dessa forma, fraudando o auxílio emergencial. Tudo leva a crer que há parentes envolvidos sim e desfrutando do que ele vinha obtendo irregularmente”, explica Rogério Giampaoli, delegado da PF em Sorocaba.

 

Durante a Operação Botter, policiais federais foram às ruas para cumprir oito mandados de busca e apreensão – três em Tatuí, um em Boituva (SP), três em Paulínia (SP) e um em São Paulo.

Os policiais chegaram à organização criminosa a partir de informações da Polícia Federal em Brasília e da delegacia regional de repressão ao crime organizado em São Paulo.

O objetivo da operação nesta sexta-feira (16) foi apreender documentos e equipamentos para identificar provas dos crimes, e também impedir que os criminosos continuem furtando mais dinheiro do benefício. A polícia também pediu o sequestro e bloqueio de contas para garantir ressarcimentos.

Os investigados vão responder por furto mediante fraude, estelionato, falsidade ideológica e formação de organização criminosa. As penas podem chegar a quase 30 anos de prisão.

 

Outra ação

 

Enquanto policiais federais cumpriam ações nas cidades da região de Itapetininga pela Operação Botter, outras equipes foram às ruas na região de Campinas (SP) pela Operação Lotter.

Segundo a PF, as duas ações têm relação e são resultado de uma investigação contra fraudes no Auxílio Emergencial. A operação reúne a Polícia Federal, Ministério Público Federal, Ministério da Cidadania, Caixa, Receita Federal, Controladoria-Geral da União e o Tribunal de Contas da União.

Os nomes das operações estão relacionadas ao modo eletrônico utilizado pelos criminosos para fraudar as contas.

Enquanto “lotter” refere-se a usuários que se utilizam da internet para enganar os outros, aproveitando-se da boa-fé ou fragilidade de terceiros, “botters” são usuários que operam bots (robôs).

https://g1.globo.com/

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