Juiz cassa prefeito e vice no AM por distribuição de rancho na eleição de 2020

 
 
 
Na foto, Cleucivan Gonçalves Reis (à esquerda) e Antônio Ferreira dos Santos (Foto: Divulgação)
Da Redação

MANAUS – O prefeito de Codajás (a 239 quilômetros de Manaus), Antônio Ferreira dos Santos (Progressista), e o vice Cleucivan Gonçalves Reis (Avante), tiveram o mandato cassado, nesta quinta-feira (7), pelo juiz Geildson de Souza Lima, da 7ª Zona Eleitoral, em razão da distribuição de cestas básicas nas eleições de 2020.

Geildson Lima considerou que a chapa praticou abuso de poder econômico, decorrentes de corrupção eleitoral e captação ilícita de recursos.

O magistrado relata que no dia 3 de novembro do ano passado, 12 dias antes da eleição, a polícia recebeu várias denúncias anônimas de compra de votos e distribuição de cestas à noite e pediu ao Poder Judiciário mandado de busca e apreensão para entrar em uma casa abandonada centro de Codajás, que seria de propriedade da família de Jozenilson Lopes Pontes, conhecido como ‘Carequinha’, um dos articuladores políticos e coordenador de campanha de Antônio e Cleucivan.

Após a justiça deferir o pedido da polícia, a polícia encontrou 233 cestas básicas que supostamente estavam sendo utilizadas para compra de votos, o que motivou a polícia civil a lavrar flagrante por crimes contra a administração pública e instaurar inquérito por suposto crime eleitoral.

O magistrado disse que, ao receber a informação de que a polícia havia apreendido as cestas básicas, foi até o local e verificou a veracidade dos fatos narrados. Ele constatou que no local estavam escondidos 233 pacotes de ranchos em condições totalmente insalubres, “com uma grande quantidade de baratas, roedores e outros insetos, além de fungos e uma sujeira incompatível com qualquer norma de armazenamento de produtos destinados ao consumo humano”.

“Esclareço que a presença deste magistrado no local era necessária em razão da multidão de pessoas que compareceram ao local revoltadas com a apreensão das cestas básicas e com a prisão de um dos líderes políticos da cidade, o que era imprescindível para evitar protestos, tumultos e violência, o que é bem comum no interior do Amazonas em decorrência de disputas políticas”, afirmou Lima.

De acordo com o juiz, ainda na fase policial, foi apurado que as 233 cestas básicas apreendidas
com o ‘Carequinha’, e que, conforme denúncias, estavam sendo utilizadas na compra de votos, foram desviadas da colônia de pescadores e teriam sido adquiridas com verbas oriundas de emendas parlamentares, o que foi confirmado na instrução probatória.

Lima disse que a compra de votos restou comprovada através de diversos depoimentos.

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