Bacharel em direito do Amazonas gabarita exame da Ordem dos Advogados do Brasil

 

Vinicius Cavalcante conquistou a tão sonhada aprovação da OAB após muito estudo, foco e reprovação por 0,1 ponto

Foi com muito esforço e dedicação que o bacharel em direito Vinícius Cavalcante, 23 anos, obteve a nota máxima no exame 37º da Ordem dos Advogados do Brasil. O jovem passou na primeira fase do exame 36º, mas não conseguiu êxito na segunda por 0,1 pontos. Na repescagem do exame 37º, realizada em abril deste ano, ele conseguiu a tão sonhada nota 10

Além dos estudos em casa, ele também contou com o apoio de um curso preparatório o que, segundo ele, foi determinante para seu sucesso. “Estudei com intensidade para as provas cerca de três meses antes delas. Na época em que estava estudando para a 2º fase, eu não tinha mais o estágio, o que me possibilitou devotar grande parte do meu tempo aos estudos”, destacou ele, que se formou em faculdade particular, em Manaus, em dezembro de 2022. 

“Tínhamos aulas do curso preparatório de segunda a sábado, e muitos ‘deveres de casa’, tendo em vista que a 2ª fase exige muito treino de peças”, apontou ainda. 

A rotina do jovem era acordar cedo, já iniciar os estudos pela manhã, uma pequena pausa e a volta imediata para o treinamento de peças. “Eu acordava cedo, tomava café, dava atenção pro meu cachorro e sentava na frente do computador para estudar até a hora do almoço”, relembrou ele. 

“O estudo em casa consistia em treinar peças e resolver as questões discursivas que o professor do curso nos passou. À tarde, depois de descansar um pouco, voltava para o computador e fazia a mesma coisa”. 

A noite de Vinícius Cavalcante também era debruçada nos estudos. “A noite, eu ia para o cursinho. O horário era de 19 às 22 horas, mas algumas vezes o professor ia até depois das 23 horas e como eu moro longe, já tiveram vezes que eu acabava chegando quase meia noite em casa”.

Dedicação para alcançar a nota 10

Mas todo o esforço, teve uma recompensa. Ele alcançou a nota 10 na segunda fase do exame que consiste na resolução de questões discursivas. Ele optou pela prova em Direito do Trabalho: a área que ele deseja atuar como profissional. 

“Eu vejo que essa nota reflete a dedicação que eu tive durante a preparação. Foram meses árduos, que foram recompensados com muita alegria por mim, pelos meus familiares e amigos, então sim, foi extremamente gratificante, principalmente por eu ter sido reprovado na prova anterior por 1 décimo”, disse ele, que comemora o início de uma nova jornada.

“Esse 10 lavou minha alma e me abriu portas, pois acabei recebendo convite do professor para fazer parte da equipe de monitoria do curso. E eu entendo que o networking que eu vou ter com essa oportunidade vai ser muito importante para a minha carreira”.  

Prova árdua e com pouco índice de aprovação

A prova da OAB é dividida em duas fases. A primeira é formada apenas por questões objetivas no formato de múltipla escolha com quatro opções (A, B, C e D) e a segunda é composta por questões dissertativas e uma redação de peça processual.

O exame é importante para os bachareis em Direito porque só exerce a advocacia no Brasil quem tiver o registro na OAB. Para professores de Direito que ministram aulas de preparação para o Exame, o índice de aprovação continua baixo e a razão disso são inúmeras. 

“A prova é complexa mas não é algo inatingível. O problema é que muitos alunos passam pelos bancos da faculdade sem se preocupar em estudar coisa alguma, e de repente se veem com um resumo de toda a faculdade a ser enfrentado em duas provas e aí bate o desespero”, afirmou o Juiz do trabalho aposentado e advogado, Aldemiro Rezende Júnior.  

Ele revela o atual cenário de aprovações pelo país. “O índice de aprovação tem oscilado entre 20% e 30%. Em 2022 houve o maior índice da história, cerca de 31%. No último exame, contudo, já caiu para 20%. Considero que esses percentuais são muito baixos, e mostram que alguma coisa está errada nos muitos e muitos cursos de direito que temos no Brasil”, refletiu o advogado.

“Treino difícil, jogo fácil”

Na visão do Juiz do Trabalho e professor de Direito e Processo do Trabalho, João Alves Neto, a prova não é difícil, mas exige que o profissional, que orienta o aluno, tenha conhecimentos técnicos. 

“Essa prova não é uma prova complexa. Ela exige que aquele que oriente o aluno tenha um conhecimento técnico, saiba o que a banca quer que você escreva e te dê uma orientação de forma bem objetiva, clara e te guie até o resultado”.

O professor de Direito recomenda que na segunda fase do Exame os alunos pratiquem mais do que se debruçem nas leituras. “Considerando que a segunda fase é prática, você tem que praticar mais. Colocar no papel é mais importante do que ler e escutar. A proporção é 70% você pratica e 30% você estuda. Para garantir o sucesso, é necessário a prática. Treino difícil, jogo fácil!”, finalizou Alves Neto.

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