Chacina do Compaj: 210 detentos são indiciados por mortes em presídio
Polícia Civil dará mais detalhes ainda esta manhã, mas confirmou que inquérito policial apontando responsáveis foi remetido à Justiça na quarta-feira01/09/2017 às 08:22
A Polícia Civil indiciou 210 detentos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) por participação nas mortes de 56 presidiários na chacina ocorrida na unidade prisional em janeiro deste ano. As informações foram divulgadas pela assessoria de imprensa da PC, que deve dar mais detalhes em coletiva de imprensa nesta manhã.
De acordo com o delegado-geral adjunto da instituição, Ivo Martins, foram feitas perícias nos locais onde ocorreram as mortes e, ainda, realizados exames de necropsia e Ácido Desoxirribonucleico, também conhecido como DNA, nos corpos. Também foram feitas análises às imagens captadas pelas câmeras do circuito interno da unidade prisional.
Segundo Martins, 350 pessoas foram ouvidas no inquérito policial (IP). As oitivas aconteceram no 20º DIP e na Delegacia Móvel, que foi levada para o Compaj para que o grupo de trabalho ouvisse pessoas ligadas aos crimes. A Delegacia Móvel ficou na unidade prisional por cerca de um mês. Nesse período, alguns detentos foram transferidos para a Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, no bairro Centro, zona Sul, desativada meses antes.
Ivo Martins acrescentou que o IP em torno das mortes no Compaj foi iniciado no dia 9 de janeiro e remetido à Justiça no último dia 30 de agosto. O documento possui, aproximadamente, 2,6 mil folhas com materiais diversos, entre oitivas, fotos, áudios, laudos dos exames de necropsia e DNA feitos nos corpos, ofícios que foram remetidos a órgãos, incluindo a empresa Umanizzare Gestão Prisional Privada. Também foram acrescentadas no IP imagens de vídeos das câmeras do circuito interno do Compaj, que também foram analisadas.
Martins disse, ainda, que no curso das investigações ficou comprovado que as mortes na unidade prisional ocorreram por rivalidade entre duas facções criminosas: Família do Norte (FDN) e Primeiro Comando da Capital (PCC), que atuam no Estado e buscavam ter o domínio dentro dos presídios em Manaus.
Dinâmica da ocorrência
A rebelião iniciou, exatamente, às 15h59, quando alguns detentos, integrantes da FDN, renderam os agentes penitenciários. Em seguida trocaram tiros com a guarnição da Polícia Militar que estava na Portaria Três do presídio para ter acesso a todos os presos de uma área chamada “Seguro”, local onde ficavam custodiados os presos considerados vulneráveis e 26 detentos da facção criminosa PCC. Desse local, foram mortos 23 presos do PCC.
Fonte: http://www.acritica.com/channels/manaus/news/chacina-do-compaj-210-detentos-sao-indiciados-por-mortes-em-presidio