Mulher que teve gaze esquecida na vagina desabafa: “Estava podre”
Erika Pereira Nascimento é uma das 11 pacientes que denuncia o Hospital Regional de Samambaia por negligência médica. PCDF investiga casos
Dois dias após o parto, a autônoma recebeu alta médica e voltou para casa. No entanto, durante a recuperação, começou a ter complicações. “Fiz todo meu resguardo da maneira como me foi recomendado e, no final dele, comecei a sentir umas dores e percebi que saía um líquido com odor forte e sangue da minha vagina. No início, achei que fazia parte do próprio resguardo”, conta.
Cinco dias depois de apresentar os sangramentos na região uterina, as dores se intensificaram, levando-a a procurar novamente o HRSam. “Eu sentia uma dor muito forte. Quando tocava, parecia ter um caroço. Fui ao hospital ver o que era e o médico retirou, de dentro da vagina, a primeira gaze, que estava podre e, em seguida, outra”.
Segundo Erika, o profissional responsável pela extração dos materiais hospitalares omitiu a informação no prontuário em uma tentativa de “tentar esconder o erro médico”. À reportagem, a jovem disse ter procurado a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) no dia seguinte para denunciar o fato e disse ter se sentido “esquecida”.
“Foi tudo muito difícil. Primeiro, perdi meu primeiro filho em um hospital que não tinha atendimento bom, que foi negligente. Fui esquecida e minha irmã teve de procurar os médicos para que eles me atendessem. Depois do parto, quando estava me recuperando e sofrendo meu luto, ainda tive que passar por tudo isso, inacreditável”, lamentou a autônoma.
Investigação policial
Assim como Erika, outras pacientes do Hospital Regional de Samambaia também denunciaram supostas negligências na unidade pública de saúde. Os relatos, que envolvem erros médicos, mortes de bebês e até humilhações, levaram a 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte) a dar início a uma investigação.
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